Cerimônia marcou doação de busto e peças doadas pela família
O edifício-sede do Poder Judiciário do Pará, que leva o nome do primeiro governador do Estado do Pará, recebeu o busto de Lauro Nina Sodré e Silva, mais conhecido como Lauro Sodré, nesta terça-feira, 29, doado pela família juntamente com outras três peças exclusivas. A cerimônia de aposição do busto foi realizada no Salão Nobre do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), sob o comando do desembargador presidente, Ricardo Ferreira Nunes.
Além do busto, passam a integrar o Memorial do Poder Judiciário do Pará duas medalhas ofertadas ao ex-governador durante uma visita ao estado do Pará, no começo do século XX; um retrato da esposa de Lauro Sodré, Theodora de Almeida Sodré, medindo 37x37 cm; e as partituras de uma valsa composta pelo músico Flávio Vieira, em homenagem à Orminda Sodré Viveiros de Castro, filha de Lauro Sodré, e de uma marcha triunfal, composição de Alípio Cézar.
“O TJPA agradece a generosidade da senhora Vanda Coutinho, bisneta do Lauro Sodré, sobre a intenção da doação e, de imediato, aceitei. As tratativas foram feitas junto à família e, hoje, temos a felicidade, honra e alegria de tê-lo aqui nos protegendo e inspirando nosso dia a dia. Esta sede do Tribunal foi inaugurada pelo desembargador Milton Nobre em 2006. Penso que o busto complementa esta belíssima obra arquitetônica”, destacou o desembargador Ricardo Ferreira Nunes.
Bisneta do 1º governador do Pará, a jornalista Vanda Viveiro de Castro Coutinho procurou o TJPA a fim de doar as peças para um espaço institucional que as conservassem e que contasse a história do importante político do final do século XIX. Vanda, que reside no Rio de Janeiro, contou que as peças pertenceram à Orminda Sodré e chegaram em suas mãos por meio de familiares.
“Ficamos felizes em saber que o nosso bisavô ainda é lembrado e valorizado. Fiquei feliz de reunir e encaminhar essas peças já na quarta geração. Há duas gerações, a família vive no Rio de Janeiro. O próprio Lauro Sodré viveu o resto da vida lá, embora muito ligado ao Pará”, disse.
A jornalista Vanda Coutinho, que estava acompanhada do tataraneto do ex-governador, Vitor Viveiro de Castro Etrusco, lembrou um pouco da história da família de Lauro Sodré. “A filha única, Orminda, viveu com os pais a vida inteira. Ela casou-se e prometeu ao pai não sairia de casa. Os filhos dela conviveram com o Lauro Sodré, por causa dessa promessa de não sair de casa. Meu pai conviveu com Lauro Sodré até se casar. Eu sou carioca, meu pai também nasceu no Rio, mas o Pará sempre foi uma presença na nossa vida, sempre tomamos conhecimento do Pará e dos paraenses pelo amor que a minha família tinha”, ressaltou.
Vanda Coutinho destacou a importância da doação de peças históricas às instituições públicas. “As famílias têm, cada vez mais, menos espaço e tempo e a memória vai se perdendo, se esgarçando. As pessoas vão se distanciando. Então, é importante que as peças estejam no local certo, dedicado a isso, que possa ser visitado e se multiplique”, observou Vanda.
As tratativas com a família para a doação foram encaminhadas pelo Gabinete da Presidência e o Departamento de Documentação e Informação do TJPA. A chefe do Serviço de Museu e Documentação Histórica, Luana de Paula Alamar, explicou que o Memorial do Poder Judiciário foi organizado para receber adequadamente o acervo em conjunto com a Presidência e a Secretaria de Engenharia e Arquitetura. “Foram as primeiras peças que nós recebemos, doadas pela família. Estamos vendo a possibilidade de receber mais algumas para compor nosso acervo. Como Lauro Sodré foi uma figura muito importante para o nosso Estado, muito emblemático, e denomina o nosso prédio-sede, em homenagem a ele o Tribunal resolveu conservá-lo nesse espaço”, afirmou.
Ao final da cerimônia, a servidora do TJPA e pianista Adriana Paiva executou as partituras da valsa composta pelo músico Flávio Vieira, em homenagem à Orminda Sodré, e da marcha triunfal, composição de Alípio Cézar, em reverência ao Lauro Sodré.
Na ocasião, estiveram presentes o vice-presidente, desembargador Leonardo de Noronha Tavares, presidente eleito para o biênio 2019-2021; a corregedora de Justiça das Comarcas do Interior, desembargadora Vania Fortes Bitar; o coordenador do Grupo Gestor do PJe, desembargador Luiz Neto; os juízes auxiliares da Presidência, Luana Santalices e Lúcio Guerreiro; além de secretários e servidores.
Em 1899, o prédio onde hoje abriga a sede do Judiciário paraense recebeu o nome de Instituto Paraense de Educandos Artífices, mas, em 1897, no governo de Paes de Carvalho, foi denominado Instituto Lauro Sodré, em homenagem a figura importante do líder político. Em 2006, na gestão do biênio do desembargador Milton Nobre, o prédio foi completamente restaurado e passou a funcionar o TJPA.
O Memorial do Tribunal de Justiça é aberto à visitação pública. Informações pelo telefone: 91-3205-3318.