Vítima foi morta por asfixia mecânica com punho da rede
O auxiliar de serviços gerais Anderson Calandrini Nascimento, 37 anos, foi condenado a 21 anos de reclusão, em regime fechado, pelo crime de feminicídio praticado contra a ex-companheira Marilea Ramos Serra, 28. A sentença foi anunciada durante sessão do 1º Tribunal do Júri de Belém, presidida pelo juiz Murilo Lemos Simões, no Fórum Criminal de Belém, nesta terça-feira, 7.
A decisão acolheu a acusação do promotor de justiça Gerson Daniel da Silveira, que sustentou a acusação. Pela defesa, o defensor público Domingos Lopes Pereira sustentou a negativa de autoria, conforme declarações do réu no interrogatório. Como tese suplementar, requereu aos jurados que considerassem o homicídio privilegiado, para obter redução de pena, alegando que o réu agiu após discussão com a vítima e por estar sob efeito de bebida alcóolica.
O filho da vítima, que à época estava com 12 anos, declarou que assistia à televisão quando viu o então padrasto apontar o dedo para sua mãe e ameaçá-la de morte três vezes. O menino contou, ainda, que o homem começou a arrumar suas coisas e dizer que levaria a TV. Nessa hora, a mulher tentou impedi-lo. Ele, então, se armou com um pedaço de pau para agredir a mulher. A criança saiu correndo para pedir ajuda. Soube depois que o homem tinha esganado a mãe e só tornou a vê-la no velório.
Versão – Em interrogatório, Anderson negou ter esganado a mulher. Ele disse que saiu de casa por alguns minutos e, ao retornar, se deparou com Marilea pendurada no punho de rede, quando saiu desesperado para pedir ajuda e foi até um batalhão de polícia. Ao chegarem à casa, os policiais constataram a morte da vítima. Na ocasião, o réu foi preso e solto, em seguida, em audiência de custódia. Foi para o município da Vigia de Nazaré, onde iniciou outro relacionamento.
O laudo constatou que Marilea foi morta por asfixia mecânica com característica de estrangulamento. Nas unhas da vítima, a perícia encontrou pele do réu, indicando que ela tentou lutar pela vida. O crime ocorreu na tarde do dia 13 de julho de 2019, no bairro Barreiro, em Belém. Anderson estava há um ano convivendo em união estável com a mulher.