PM condenado perdeu o cargo e teve decretada prisão para cumprimento da pena
O sargento da Polícia Militar do Pará, Rogério Reis dos Santos, 43, e Wagner Carvalho, 40, proprietário de uma empresa de segurança privada, acusados da execução de Lucas Venícius Moreira Gomes, 18, foram condenados como autores do crime de homicídio qualificado, por motivo torpe e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
A pena aplicada a cada um dos acusados foi fixada em 15 anos de reclusão em regime inicial fechado. O PM respondia ao processo em liberdade e teve de iniciar o cumprimento da pena, uma vez que somou 15 anos. O policial também perdeu o cargo público.
Wagner Carvalho, o outro acusado, também foi condenado a 15 anos e teve o decreto de prisão expedido. Ambos tiveram negado pela justiça, o direito de recorrer das condenações em liberdade.
A decisão dos jurados da 3ª Vara, antiga 4ª Vara do Júri, presidida pelo juiz Claudio Hernandes Silva Lima, acatou por maioria dos votos, a tese do promotor de justiça Nadilson Portilho Gomes em desfavor dos acusados. Ele considerou que as provas existentes no processo como: a localização do réu próximo ao local do crime, no mesmo dia e hora; as conversas entre o grupo com o mandante do crime, identificado como Patrick da Silva Simões, também pronunciado, e morto no curso do processo sendo extinta sua punibilidade.
A defesa de Rogerio Reis dos Santos, presente ao júri, foi promovida pelo advogado Armando Aquino Araújo Junior que sustentou a tese absolutória de negativa de autoria. O segundo acusado, Wagner Carvalho que não compareceu ao júri teve sua defesa promovida pelo defensor público Rafael Costa Sarges, que também se manifestou pela negativa de autoria, requerendo a absolvição por haver dúvidas de sua participação.
Em 4 de maio de 2014, Lucas Gomes saía de uma festa acompanhado de uma amiga. À altura da passagem Brasília, bairro Águas Negras, distrito de Icoaraci, o táxi onde a vítima estava foi interceptado por outro veículo modelo Fiesta Sedan, Cor Branca, tendo os acusados descido do veículo. Wagner Carvalho portando uma carabina tipo Magal, e Rogerio uma pistola ponto 40. O terceiro acusado Patrick Simões, permaneceu ao volante.
Wagner ordenou aos ocupantes que saíssem do táxi e Rogério efetuou o primeiro disparo contra Lucas Venícius, que tentou correr, mas, foi alcançado e alvejado com mais cinco tiros que lhe atingiram cabeça, braços e costas. Em seguida, os três acusados fugiram do local.
A polícia chegou aos acusados porque a vítima respondia pelo crime de homicídio que vitimou o tio de Patrick Simões, e por esta razão sofria constantes ameaças por parte do denunciado. Patrick Simões foi denunciado e pronunciado como mandante do crime, por ter contratado o grupo de extermínio para matar o desafeto. Em outubro de 2018, Patrick foi assassinado, sendo extinta sua punibilidade.