Processo apura responsabilidade por crime de estelionato, apropriação indébita e associação criminosa
O processo que apura responsabilidade por crime de estelionato, apropriação indébita e associação criminosa de 13 acusados, um deles foragido, terá mais uma última audiência de continuidade, marcada para o próximo dia 6 de junho, quando serão interrogados os réus Lorran Kirk Souza Abreu e Arthur Eustáquio do Nascimento, que terão que comparecer presencialmente, sob pena de ter prisão decretada.
A decisão da juíza Cristina Sandoval Coullyer, da 3ª Vara Criminal de Belém, onde tramita o processo, atendeu requerimento promotor de justiça do caso, Roberto Souza, que considerou pelo fato de os dois acusados responderem o processo em liberdade, devem comparecer presencialmente para interrogatório.
Na audiência, desta quarta-feira, 31 de maio, foram ouvidos nove acusados, devidamente acompanhados dos respectivos advogados habilitados. Somente Dante Felippe Muceli, que está preso no Ceará, foi interrogado por vídeo conferência. O acusado estava acompanhado do advogado José Augusto Neto.
Três dos réus estão sendo assistidos pelo defensor público Daniel Sabbag. Durante a audiência, os advogados desistiram dos depoimentos das 22 testemunhas da defesa.
A última testemunha arrolada pela acusação Jose Alírio Gomes Maia, relatou ser morador no Bairro do Guamá e estando desempregado passou a trabalhar para o grupo na distribuição de panfletos, somente por uma semana quando foi dispensado sem receber pagamento algum. O prestador de serviço disse não reconhecer nenhum dos acusados presentes à audiência.
O golpe durava de três a sete dias, e começava com um dos denunciados alugando os pontos comerciais, fazendo divulgação dos serviços dentro do bairro. Os pontos foram instalados, no bairro do Guamá, em Belém, e outro na Cidade Nova, em Ananindeua.
Os envolvidos informavam às vítimas, que receberiam o comprovante de pagamento através do telefone celular. O grupo ficava uma semana depois, um novo ponto era alugado e quando as vítimas percebiam que os pagamentos não tinham sido compensados encontravam a “casa lotérica” fechada.
Na versão de Dante Felippe Mucelli não se tratava de golpe. Ele disse que os pagamentos eram compensados com agendamento e por falha no sistema do aplicativo não houve a compensação das contas. O acusado disse que, “se tivesse chance, poderia ressarcir as pessoas com os R$24 mil reais, encontrados pela Polícia Rodoviária Federal”. O valor foi apreendido com os outros denunciados.
O cearense Francisco Joel natural de Beberibe, também envolvido no esquema ilegal, disse em interrogatório que não sabia do que se tratava e apenas foi contratado para trabalhar como caixa da lotérica. Ele garantiu ter sido agenciado por dois outros indiciados.
Só após os dois últimos interrogatórios em 6 de junho, encerra a instrução e o processo entrará na fase das considerações finais para finalmente serem analisadas todas as provas coletadas e finalmente anunciada a sentença.