Programação integra 21ª edição da Semana Nacional da Justiça pela Paz em Casa no Pará
A programação da 21ª edição da Semana Nacional da Justiça pela Paz em Casa começou, nesta terça-feira, 16, com a Roda de Conversa “Relações de Gênero e Divisão Sexual do Trabalho na Construção Civil: interlocuções entre o Projeto Mãos à Obra e a Academia”. O esforço concentrado, que segue até o dia 19 de agosto, é realizado neste mês em alusão à criação da Lei Maria da Penha, que completou 16 anos em 2022.
A ação pedagógica, realizada na Faculdade de Conservação e Restauro da Universidade Federal do Pará (Mercedários/UFPA), foi conduzida pela pedagoga da Coordenadoria Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid) do TJPA, servidora Riane Freitas, junto com a advogada fundadora do projeto “Política Para Mulheres”, Natasha Vasconcelos, com a presença da coordenadora da Cevid, desembargadora Rosi Maria Gomes de Farias.
A roda de conversa reuniu os participantes do projeto de Restauração da Arquitetura Mortuária do Parque Soledade, alunos de graduação da Faculdade de Conservação e Restauro, do mestrado em Ciências do Patrimônio Cultural, da graduação de Arquitetura e Urbanismo, além de servidores e servidoras do Mercedários/UFPA, e de técnicos e técnicas da Secretaria de Estado de Cultura (Secult).
A pedagoga explicou que o objetivo foi levar as discussões sobre a questão de gênero para academia, tendo em vista que cada vez mais mulheres estão ingressando nos cursos de arquitetura, urbanismo e engenharias que, por muito tempo, foram profissões destinada aos homens. “O objetivo foi trazer os debates sobre gênero na construção civil como referência ao nosso projeto Mãos à Obra”. Ela também falou sobre a importância de conscientizar os futuros profissionais para o respeito com a colega de profissão, além de orientar as profissionais de como agir em caso de discriminação. “É necessário orientação para elas, caso percebam uma frase de misoginia, de sexismo, como elas têm que compreender essas relações, porque, historicamente, elas foram deixando isso passar como se fosse uma coisa natural, e não é”
Para advogada Natasha Vasconcelos, é importante colocar no centro do debate acadêmico a experiência social e profissional das mulheres. “Então, precisamos começar a inserir esse debate no sentido de saber como é que a grade curricular da academia, como é que a estrutura das universidades está funcionando, no sentido de fortalecer o trabalho dessas mulheres, dessas profissionais, e visibilizar as mulheres que vieram antes e tiveram contribuição dentro dessa disciplina, dessas temáticas e combater as diversas formas de violência que as mulheres sofrem dentro das universidades e no campo de trabalho”.
A 21ª edição da Semana Nacional da Justiça pela Paz em Casa, que ocorrerá até o dia 19 de agosto, inclui esforços concentrados ao longo desse período para agilizar o julgamento dos casos de feminicídio e dar andamento aos processos relacionados à violência contra a mulher, bem como ações pedagógicas voltadas à prevenção desse tipo de violência, criadas para dar visibilidade ao assunto e sensibilizar a sociedade sobre o tema.