Encontro teve participação da Coordenadoria da Mulher, do TJPA
A região do Marajó, onde vivem mais de 200 mil mulheres, recebeu, durante os últimos dias 21 e 22, representantes de diversos órgãos federais, estaduais e municipais para debater uma política pública de combate à violência doméstica e familiar contra as mulheres marajoaras. Coordenado pela Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, da Presidência da República, o encontro realizou, na cidade de Breves, oficinas com mulheres de sete municípios da ilha do Marajó, uma região marcada por graves problemas sociais. O Tribunal de Justiça do Pará foi representado no encontro pela juíza Mônica Maciel, auxiliar da Coordenadoria Estadual de Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar.
Uma das finalidades do encontro foi verificar o andamento de ações de órgãos ligados à rede de proteção à mulher e levantar as necessidades para elaboração de políticas públicas estaduais e municipais no combate à violência contra a mulher no Marajó. Segundo a juíza Mônica Maciel, a região do Marajó tem um baixo o número de casos de violência registrados devido à dependência econômica e emocional das mulheres. “Essa realidade é mais evidente no Marajó. Por isso, há necessidade de maior conscientização”, observou. Existem mais de 200 mil mulheres residindo nos municípios da região, sendo que a maioria absoluta está na área rural, com acesso mais difícil à Justiça. A magistrada informou que houve registro de somente 478 ocorrências policiais envolvendo violência contra a mulher, em 2014.
Das onze prefeituras municipais da região convidadas para o encontro, apenas sete participaram: de Breves, Bagre, Anajás, Melgaço, Muaná, Curralinho e Portel. Entre os participantes do evento estavam representantes da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, da Presidência da República, do Ministério do Desenvolvimento Social e do Desenvolvimento Agrário, do Ministério da Pesca e de secretarias estaduais e municipais do Executivo. Também participaram representantes da sociedade civil, mulheres trabalhadoras rurais, pescadoras e quilombolas, além de representantes de movimentos sociais.
O próximo encontro para tratar do assunto, marcado para os dias 2 e 3 de junho, vai envolver os municípios de Soure, Salvaterra, Santa Cruz do Arari e São Sebastião da Boa Vista.