Juiz Deomar Barroso ressalta vantagens aos internos
Um total de 469 internos das casas penais do Estado e 711 servidores públicos participam, até o próximo domingo, 23, do Curso de Inteligência Emocional, com a abordagem do método CIS (Coaching Integral Sistêmico). Nesta sexta-feira, 21, o juiz titular da Vara de Execuções Penais da Região Metropolitana de Belém, Deomar Alexandre Barroso, atuará como interlocutor no curso de capacitação, e ressaltará como o curso pode ser aproveitado pelos internos, servindo como instrumento de resgate de dignidade e ressocialização.
O curso teve início no dia 15 de agosto, e está sendo promovido pela Federação Brasileira de Coaching Integral Sistêmico (Febracis). A capacitação é ministrada pelo professor Paulo Vieira, especialista na aplicação do Método CIS e presidente da Febracis, e consiste em um conjunto de mudanças, que pode ser aplicado em diversos momentos da vida de uma pessoa.
De acordo com o juiz Deomar Barroso, “o que a gente quer é mudança de vida, que os internos mudem a vida deles, de suas famílias, de seus vizinhos”. O magistrado explicou que esta é a segunda vez que participa do curso e ressalta as vantagens que ele proporciona aos indivíduos, uma vez que tem como objetivo o autocontrole da pessoa e a busca do equilíbrio, para que se possa colocar em prática seus projetos, a partir de ferramentas científicas para gerenciar a razão e a emoção, de modo a eliminar obstáculos que impedem o indivíduo a ter relações bem-sucedidas no campo social, profissional e dos relacionamentos familiares.
Também participando como interlocutor no curso, o agente federal de Execução Penal e colaborador da Seap, Maycon Rottava, destacou o compromisso da Seap com o sistema penitenciário paraense ao ofertar o curso, pela segunda vez, em menos de dois meses. “Em sua segunda edição, o curso fortalece mais ainda a proposta da secretaria de fortalecer as ações direcionadas à reinserção social, oferecendo, dentre outros cursos de médio e longo prazos, um intensivo sobre autoconhecimento, desafios, entre outras ferramentas para desenvolvimento pessoal”.
A oferta do curso faz parte de um trabalho maior do Governo do Pará, no esforço coletivo de possibilitar a real ressocialização para os custodiados, a fim de que eles possam retornar à sociedade capacitados e preparados para a inserção no mercado de trabalho e, assim, seguirem suas vidas dentro da legalidade, sem reincidências criminais.
A aplicação do método CIS nas unidades prisionais é mais uma tentativa de gerar transformações positivas na vida das pessoas privadas de liberdade, bem como daquelas que trabalham e mantém o sistema penitenciário paraense.
Inteligência Emocional
De acordo com Paulo Vieira, que é master coach e PHD, autor do best-seller “O Poder da Ação”, inteligência emocional é a capacidade de um indivíduo captar o mundo utilizando acertadamente a expressão de suas emoções tanto o hemisfério esquerdo cerebral, responsável pelo raciocínio analítico e racional, quanto o hemisfério direito do cérebro. Através da explicitação das emoções o conhecimento é manifestado. Por falta de autoconfiança, autocontrole e outros fatores, que expressam falta de inteligência emocional, o conhecimento não se manifesta. Segundo explicou, a partir da perspectiva da inteligência emocional, o ser humano não tem limites, pois ao se conectar com suas emoções os resultados serão maiores e sua vida será plena.
Vieira discorreu sobre o termo inteligência emocional, cunhado pelo psicólogo, jornalista e autor de best-sellers Daniel Goleman, e ressaltou que o referido termo combina dois pilares: as competências emocionais pessoais, que são as formas como um indivíduo se conecta consigo mesmo, e as competências emocionais sociais, que são formas com as quais a pessoa se conecta aos outros indivíduos.
O máster coach explicou também sobre os diálogos internos que o indivíduo tem. Uma pessoa emocionalmente estável possui uma voz interna cordata, que fornece boas escolhas ao indivíduo. Quando a pessoa vivencia situações de desconforto, em seu diálogo interno aparece uma voz pessimista, que desacredita do indivíduo. Há também situações mais extremas nas quais aparece a voz destrutiva, que acusa a si mesma, não cala em momento algum e leva à destruição do indivíduo. O autor falou também sobre como o conjunto de memórias e sentimentos e seus significados geram crenças sobre a identidade, a capacidade e o merecimento do indivíduo e podem levar à autossabotagem.