Amanhã, no entanto, candidaturas no município estão sob impasse
Será realizada amanhã a eleição suplementar para escolha do novo prefeito de Santa Maria do Pará. Até ontem, Diana de Souza Câmara Melo (PR) e Jorge Luiz da Silva Alexandre (PSDB), o "Dr. Reca", eram os dois nomes que estavam na corrida pelo voto. Mas existia a expectativa de mudança na chapa da coligação majoritária o Trabalho Continua (PR/ PSB /DEM /PMN), da qual Diana faz parte, em virtude da decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que confirmou a sentença do juiz de piso, mantendo o indeferimento do registro de candidatura da empresária.
Na manhã de ontem, o marido da candidata do PR, Lucivandro Melo, disse à reportagem que não há qualquer decisão do partido envolvendo mudança na chapa e que sua esposa continua na disputa. Ela está recorrendo da decisão do TRE junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A coligação pode trocar o seu candidato até hoje.
Havendo ou não mudança, o nome e foto de Diana Melo continuarão aparecendo na urna eletrônica, a diferença se dará na computação dos votos. Se ela permanecer como candidata, mas o TSE confirmar o indeferimento do registro da empresária, ela será excluída da contagem dos votos. Já o outro candidato, "Dr. Reca", precisará do apoio de mais de 50% do eleitorado para ser proclamado prefeito. Se ele for o mais votado, mas não alcançar esse percentual, ainda não deverá ser diplomado, devendo aguardar decisão do TSE.
Caso Diana conquiste mais de 50% do eleitorado, mas não consiga reverter sua situação no Tribunal, Santa Maria do Pará passará por nova eleição, uma vez que o voto de mais da metade dos eleitores não serão validados. "Ela vai concorrer. Se tiver que ter outra eleição, nós vamos fazer", disse Lucivandro. Já se a Coligação O Trabalho Continua mudar sua chapa, a eleição transcorrerá normalmente e, mesmo aguardando o julgamento do registro de candidatura do substituto.
Diana Melo encabeça a chapa que traz, ainda, Paulo Guerreiro, como candidato a vice-prefeito. Alguns nomes, porém, têm sido ventilados no município como possíveis substitutos da empresária. Um deles seria filho de Antônio Boa, ex-prefeito da cidade. Lucivandro Melo afirma, contudo, que essas informações não procedem. "É coisa da oposição, que fica espalhando isso. Eles não têm voto, não têm candidato, e ficam usando isso para ganhar a eleição", disse.
A chapa adversária, que concorre pela Coligação Majoritária Democracia e Verdade (PSDB/PP/PV/PDT/PSD), é formada pelo Dr. Reca e Juberson Paes Fontoura, que concorre a vice-prefeito. O tucano diz acreditar na substituição da candidatura de Diana. "Eles, inclusive, anunciaram na rádio da cidade que não vão substituir, mas eu não acredito nessa possibilidade. Eles vão segurar essa informação o máximo de tempo possível, para que não seja divulgado e as pessoas não saibam em quem estão votando", afirmou Dr. Reca.
O novo pleito em Santa Maria do Pará foi aprovado após a cassação do prefeito e vice-prefeito eleitos, Lucivandro Silva Melo e Paulo Augusto Batista Alencar, respectivamente. Eles sofreram várias derrotas nos tribunais durante o julgamento de ações em que eram acusados de crimes como abuso de poder econômico e compra de votos.
A candidatura de Diana foi indeferida porque seu marido ficou no poder até outubro, não cumprindo assim o prazo de desincompatibilização, que é de seis meses antes da eleição. Ao entrar com a impugnação, a chapa adversária, da "Coligação Democracia e Verdade", citou o artigo 14, parágrafo 7º da Constituição Federal, que torna inelegível, no território de jurisdição do titular, "o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição".