\policiais acusados da morte de Rafael Viana, em 2007, serão julgados hoje
Está marcado para hoje de manhã, na Justiça Militar, o julgamento de três policiais militares acusados de envolvimento no assassinato do pedreiro Rafael Viana, morto em novembro de 2007. Vão sentar no banco dos réus os cabos Laércio Palheta Balieiro, Paulo Sérgio Santos de Souza e Marlúcio Antônio da Cruz da Silva. "Há sete anos aguardo esse julgamento", disse, ontem à tarde, Rosa Viana, mãe de Rafael. Além da condenação, ela espera que os três PMs também sejam expulsos da corporação. A previsão é que o julgamento comece a partir das 9 horas.
Segundo os autos do processo, Rafael Viana trabalhava como servente de pedreiro e, na noite do dia 1º de novembro de 2007, saiu com alguns amigos de bicicleta pelo bairro onde morava. Naquela madrugada, o rapaz se envolveu em uma briga em frente à escola Frei Daniel, localizada na avenida Barão de Igarapé-Miri, no bairro do Guamá. A Polícia Militar foi acionada e os policiais da então 11ª Zpol (Zona de Policiamento), comandados pelo tenente PM Rodrigo Duarte Negrão, detiveram Rafael. Mas em vez de conduzi-lo à Delegacia do Guamá, os policiais o levaram à avenida Perimetral, onde, ainda conforme a denúncia, pararam e surraram Rafael. Apenas a bicicleta do jovem foi entregue na delegacia. O veículo foi identificado pela família de Rafael no dia seguinte.
Os pais do pedreiro registraram a ocorrência do sumiço do filho, mas os policiais militares sustentaram que o deixaram na Perimetral, após uma suposta vítima de assalto praticado por ele ter desistido de registrar a ocorrência contra Rafael Viana. Após quatro dias de busca em hospitais e no Instituto Médico Legal (IML), feitas pela família, o corpo de Viana foi descoberto, já enterrado, no cemitério do Tapanã, onde fora sepultado como indigente. O corpo havia sido encontrado em uma localidade do município do Acará, com as mãos decepadas e outras marcas de tortura. Apesar das evidências, os policiais envolvidos no crime negaram a responsabilidade pela morte de Rafael Viana.