Sindicalista, a esposa e o filho de 15 anos foram assassinados dentro de casa
Os acusados de acusados de envolvimento na morte do sindicalista José Pinheiro Lima, da mulher dele, Cleonice Campos Lima, e do filho do casal, Samuel Campos Lima, a época com 15 anos, serão julgados em Marabá. A Justiça negou pedido do Ministério Público do Estado para que o júri fosse transferido para Belém. São acusados no processo os fazendeiros João Davi de Melo e Evandro Marcolino Caixeta, o gerente de fazenda, Domingos Correia Bibiano, que era funcionário de Davi, e Ademir Ferreira Ramos.
De acordo com o MPE, a realização do julgamento em Marabá poderia colocar em risco a necessária imparcialidade dos jurados, uma vez que os acusados teriam poder político e econômico na cidade. Os magistrados negaram o pedido de transferência levando em conta a manifestação do Juízo da 3ª Vara Criminal de Marabá, que tem como titular o juiz Murilo Lemos Simão, que ressaltou não haver circunstâncias que impeçam a realização do julgamento na Comarca de origem.
Entenda o caso - O crime ocorreu em 9 de julho 2001, no bairro Morada Nova, em Marabá, na residência do casal. De acordo com a denúncia, por volta das 19h do dia do crime, o acusado Ademir Ramos, juntamente com outro pistoleiro, invadiram a casa da vítima e assassinaram Cleonice na sala, enquanto ela assistia televisão. Seguiram até o quarto da casa e encontraram José Pinheiro convalescendo de malária e acertando-lhe três tiros. Quando já deixavam a casa pela porta da frente, depararam-se com Samuel, que foi atingido com um tiro no peito. O casal morreu no local e Samuel ainda chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
De acordo com os autos do processo, a motivação do crime seria vingança, considerando que o sindicalista coordenava um grupo de famílias sem terra que ocupava a fazenda São Raimundo, de propriedade de João Davi de Melo. Em 2000, o imóvel foi desapropriado para atender um projeto de assentamento, o qual leva o nome do sindicalista assassinado. José Pinheiro já teria recebido diversas ameaças de morte.