Acusados sentam hoje no banco dos réus
Nesta quinta-feira (15), Armando Matheus Pinheiro Leite, 18 anos, e Jonas Douglas Rezende, 21 anos, sentarão no banco dos réus, onde serão julgados pela morte da universitária Ingrid Fabiana da Cruz, 21, vítima de um latrocínio, no distrito de Outeiro, em Belém.
O crime aconteceu no dia 5 de setembro, quando a estudante saía de casa para ir a aula, sendo abordada por Armando, que confessou ter atirado nela enquanto tentava roubar o celular da jovem. A arma usada era de propriedade de Armando e Jonas Douglas, que se revezavam para cometer assaltos com o revólver. O julgamento deles será presidido pelo juiz Raimundo Rodrigues Santana, da 1ª Vara Criminal Distrital de Icoaraci.
Armando foi preso nove dias depois do crime. Ele estava escondido em uma casa que invadiu, no bairro do Tenoné. Quando foi apresentado na Divisão de Homicídios, admitiu o crime, mas alegou que não teve a intenção de matar a estudante.
A estudante foi morta durante uma tentativa de assalto, enquanto saía de casa para a aula. A vítima reagiu e acabou sendo ferida por arma de fogo. O boletim de ocorrência foi registrado na delegacia de Outeiro pelo pai de Ingrid, que relatou ter ouvido os nomes dos irmãos Alberto Saulo Nascimento Barreirinhas, 18, e Eduardo Nascimento Barreirinhas, como os acusados de terem cometido o crime.
Alberto Saulo foi detido no dia 6 de setembro – e pesava sobre ele um mandado de busca e apreensão. Ele respondia, desde antes de completar 18 anos, por tráfico de drogas e roubos.
Ao ver as imagens do circuito que registraram o crime, Saulo identificou que o assaltante que aparecia no vídeo era Jonas Douglas Reis de Rezende, 18 anos. Saulo foi encaminhado para a Divisão de Atendimento ao Adolescente.
No dia 8 de setembro, Eduardo foi morto durante uma troca de tiros com a polícia, em Mosqueiro. Neste mesmo dia, Jonas Douglas se apresentou à Divisão de Homicídios para se defender da acusação. Um mandato de prisão preventiva contra ele já tinha sido solicitado pela polícia.
Segundo o delegado Wanghon, diretor da Divisão de Homicídios, Armando e Jonas Douglas seriam traficantes de drogas em Outeiro e os dois compartilhavam um revólver. “A arma é usada para eles assaltarem e também para proteger a boca. Eles compram maconha para revender na ilha”, disse, na época da prisão de Armando. “Inclusive, desde o início o Jonas Douglas negava a autoria do crime, porém a arma era dos dois. Ele entregou para Armando na noite anterior a morte da universitária”, frisou Wanghon.
Armando, por sua vez, já responde a processo por porte ilegal de armas. E agora foi indiciado por latrocínio, podendo pegar até 30 anos de prisão.
(Denilson D' Almeida/Diário do Pará)