Na maioria das vezes armas já são pré-destruídas
Desde o ano de 2008, quando foi criada uma comissão para recolher todas as armas apreendidas nos fóruns do Estado, vinte mil armas de fogo foram recolhidas pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJE/PA). Esses objetos eram provenientes de crimes como porte ilegal, homicídio ou assalto. Na maioria dos casos, elas são pré-destruídas no Exército e derretidas em siderúrgica, para destruição total. Porém, quando se trata de arma institucional, é devolvida pelo tribunal ao órgão a qual pertence.
O TJE tem em seu poder, por exemplo, treze pistolas calibre 40 para serem entregues à Polícia Militar do Estado ainda esta semana. Na semana passada, já haviam sido devolvidas outras seis pistolas em Barcarena. “São frequentes as devoluções para todas as instituições da área de Segurança Pública”, ressaltou Carlos Augusto Vieira, agente de segurança e chefe do setor de armas e bens apreendidos pelo Tribunal. Ele frisa, ainda que esse ano a Polícia Rodoviária Federal recebeu de volta três armas que haviam sido recolhidas pela justiça paraense.
A apreensão desses objetos ocorre em todo o Estado, principalmente em municípios como Paragominas, Marabá e, mais recentemente, Altamira, possivelmente devido o grande fluxo migratório de pessoas. “Das armas institucionais, algumas foram roubadas ou fizeram parte de algum procedimento judicial”, explica Carlos.
Ele observa que estudo do Instituto Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que a cada 18 armas destruídas, uma vida é salva. “Como no Estado foram vinte mil armas, foram mais de mil vidas salvas só no Pará. Com isso, a criminalidade também diminui. Porque uma arma na mão de bandido comete vários crimes”, enfatiza. Em média, mais de três mil armas de fogo são recolhidas pela Justiça Estadual anualmente, ainda de acordo com Carlos Augusto Vieira.
Esse trabalho do Tribunal também garante que não haja armas de fogo apreendidas nos fóruns do Estado. “Isso tanto serve para a segurança dos magistrados, como dos servidores e jurisdicionários”, concluiu o chefe do setor de armas e bens apreendidos pelo Tribunal.