A Justiça manteve a decisão que considera abusiva a greve dos servidores públicos municipal de Parauapebas, do sudeste do Pará. Na decisão, foi estipulado multa de R$ 50 mil ao sindicato para cada dia de paralisação excedente.
Os servidores públicos municipal de Parauapebas entraram em greve pelo segundo dia consecutivo na última quinta-feira (02). Eles cobram o pagamento do reajusto salarial retroativo desde janeiro. No último acordo entre prefeitura e sindicado, realizado em abril, os servidores tiveram reajuste de 11,27% nos salários e aumento no vale alimentação de 400 para 445 reais. De acordo com a prefeitura de Parauapebas, o pagamento da primeira parcela do retroativo foi realizado ainda não quinta-feira.
Na última terça-feira (31), a Justiça considerou abusiva a greve dos servidores, mas o sindicato da categoria recorreu da decisão. Na quinta-feira, a decisão foi mantida, estipulando multa diária pela paralisação.
Para Carlos Laredo, presidente interino do Sindicato dos Servidores Públicos de Parauapebas (Sinseppar), a decisão judicial quer abafar as reivindicações de melhores salários e condições de trabalho da categoria. "A gente vê esse recurso como uma forma de enfraquecer o movimento, até para outras pautas, inclusive sociais, que a gente reivindica", afirmou.
Com a paralisação, postos de saúde ficaram sem atendimento e escalas com aulas suspensas. A preocupação dos pais dos alunos é que o primeiro semestre está chegando ao fim e não sabem como serão repostas as aulas perdidas. “O ruim é para gente também, porque já vai entrar no mês de férias”, lamentou Marli Nunes, mãe de aluno.
Segundo Rosemiro Laredo, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), o momento agora é lutar pelas melhores condições de trabalho de todos os servidores públicos, inclusive os que trabalham na rede educação. Mesmo assim, o coordenador do Sintepp garantiu que haverá a reposição das aulas. “O aluno que perdeu a aula, ele tem o direito a essa reposição”.
Apesar da decisão judicial, o site oficial do Sinseppar convoca os servidores públicos para o terceiro dia de greve, marcando para frente da prefeitura da cidade a concentração da categoria para esperar a chegada de Valmir Mariano, prefeito de Parauapebas.