Polícia Federal investiga fraudes em Parauapebas
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (12), a operação "Concorrência Limpa", que investiga um esquema de fraude em concorrências públicas, através do direcionamento de licitações de uma obra de terraplanagem no município de Parauapebas, no sudeste paraense.
De acordo com o delegado Antônio Carlos Cunha Sá, a PF cumpriu 16 mandados judiciais em Parauapebas, Marabá e Belém de busca e apreensão, e condução coercitiva. As investigações começaram há aproximadamente um ano e os nomes dos investigados não foram divulgados.
A prática criminosa foi identificada em licitação para realização de obras de terraplanagem nos bairros Minério e Vila Nova, em Parauapebas, com valor orçado em R$ 8 milhões.
A licitação ocorreu no primeiro semestre de 2015, mas ainda está sendo investigado se a obra foi realmente concretizada.
Em Parauapebas, os agentes da PF apreenderam documentos da sede da prefeitura.
A suspeita é que a empresa ETEC teria prestado serviços de terraplenagem no município, mas contratada de forma irregular.
Marabá é a base da investigação e tudo o que for coletado será analisado no município.
Ainda segundo o delegado, as pessoas envolvidas nos municípios de Marabá e Parauapebas são representantes de empresas que participaram do procedimento e os indícios são fortes que atuaram para direcionar o procedimento licitatório.
"O que posso falar é que as investigações continuam e que tem mandatos judiciais sendo cumpridos e que parte das investigações correm em sigilo decretado pelo tribunal de justiça", disse.
"O foco das investigações são pagamentos de vantagens indevidas em torno dessa licitação envolvendo obras de terraplanagem", afirmou o delegado.
Policiais federais estiveram nas secretarias de obras dos dois municípios com o objetivo de recolher documentos da comissão processante de licitação.
Os indícios das provas foram encontrados nas investigações da operação "Terra Legítima", também dirigida pela PF, que combateu fraudes em relação ao programa Terra Legal em julho do ano passado.
A operação conta com 54 agentes e, de acordo com o delegado, as investigações podem levar a mais pessoas envolvidas e as investigações seguem pela análise do material apreendido.
"Já temos indícios de direcionamento e o que vamos pegar será para identificar mais envolvidos e concluir a investigação, que não demora muito", conclui.
Em nota enviada ao DOL, a prefeitura de Parauapebas afirmou que recebeu na manhã de hoje os agentes da PF, liderados pelo delegado Tiago Solling.
Disse ainda que está à disposição para colaborar com a operação da PF e que está isenta do procedimento investigativo.
(DOL com informações de Jéssika Ribeiro/Marabá)