Primeira audiência do assassinato do engenheiro mecânico e professor Raimundo Lucier ocorreu ontem na 3ª Vara do Tribunal do Júri.
Após um ano do assassinato do engenheiro mecânico e professor universitário Raimundo Lucier Marques Leal Junior, 59 anos, ocorreu ontem a primeira audiência sobre o caso, antes do julgamento, que ainda não tem data prevista. Presidida pela Juíza Angela Tuma, da 3ª Vara do Tribunal do Júri, na audiência foram ouvidas as testemunhas de defesa e acusação, além dos acusados: o mandante, Carlos Augusto de Brito Carvalho; o executor, Edmilson Ricardo Farias e Allan Franklin Ferreira, responsável em dar fuga ao assassino da vítima.
A audiência é considerada o momento mais importante antes do julgamento, quando todas as testemunhas são ouvidas. A promotora de justiça Rosana Cordovil, que atua na acusação, vai pedir a condenação por homicídio duplamente qualificado. "Estamos tranquilos. Nosso trabalho se baseia nesses depoimentos, que reforçam a participação de todos os envolvidos", explica. O objetivo da promotoria é mostrar que existe uma relação entre os três réus. Já os advogados de defesa tentam fazer com que os três acusados sejam julgados separadamente.
A audiência seguiu até a metade da tarde de ontem, quando precisou ser interrompida por falta de energia elétrica no Fórum Criminal. O interrogatório dos outros dois acusados ficou marcado para o dia 4 de outubro, às 9h30.
ENCAPUZADO
A primeira testemunha a depor ontem foi um ex-policial militar que presenciou o crime. O homem, que por medo de represálias, concedeu o depoimento com o rosto coberto por um capuz, foi incisivo ao apontar o executor do crime. Segundo ele, a vítima não teve qualquer chance de defesa.
"Eu vinha de moto quando vi um homem no canteiro central, que me chamou atenção. Em seguida, antes do retorno na Duque, vi o pálio prata (veiculo da vítima) fazer o retorno. Como ele vinha em alta velocidade, buzinei para ele parar, senão poderia me atropelar, quando ele parou o homem que estava no canteiro veio e deu o primeiro tiro e depois mais quatro tiros. O assassino correu e pegou carona na moto e fugiu. Pensei em seguir, mas ele poderia atirar em mim. Então fui socorrer a vítima, mas vi que já estava morto", explica uma das principais testemunhas do caso, que identificou o executor do crime com facilidade, após ser confrontado com três homens - um deles era Edmilson. "Apenas o motoqueiro estava de capacete, mas ele não cobriu o rosto. Eu estava a cinco metros do executor, posso reconhecê-lo em qualquer lugar", garantiu.