Julgamento fez justiça por todos os outros crimes, dizem integrantes
Representantes de movimentos sociais e trabalhadores rurais que conheciam a irmã Dorothy comemoraram a condenação do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, que foi considerado mandante do assassinato da missionária em 2005 após 15 horas de julgamento na noite de quinta-feira, 19, no Fórum Criminal de Belém. As informações são do Portal G1 Pará.
Para o Comitê Dorothy, a condenação significa mais que justiça. “Nós esperávamos a condenação, não só ter justiça por Dorothy, mas também para o povo de Anapu. Esses mandantes continuam representando ameaça e absolvidos eles se sentem fortalecidos naquelas terras”, afirma Luiza Virgínia Moraes, do Comitê Dorothy em Belém.
“Para nós, condenar o Bida Pode representar um freio na ação desses crimes agrários”, afirma Virgínia Moraes. “A irmã Dorothy era na floresta aquilo que o urbano é hoje na cidade: protesto todo dia. E ela inquietava essas pessoas. E não tinha outra situação que eles não vislumbravam que não fosse dar um jeito da forma como eles disseram: vamos matar essa senhora”, afirmou o promotor de justiça Edson Cardoso.
David Stang, irmão de Dorothy, acompanhou a sessão e disse que se sente em paz. “Nós temos justiça e verdade. Eu fico feliz”, disse Stang.
JULGAMENTO
Esta é a terceira condenação de Vitalmiro. Ele foi julgado pela primeira vez em 2007 e condenado a 29 anos de prisão, mas teve direito a um novo júri porque a pena ultrapassou 20 anos. Em maio de 2008, Bida foi absolvido, mas o Ministério Público recorreu da sentença. Em março de 2010, Vitalmiro foi novamente condenado, mas a defesa disse que havia sido prejudicada e o julgamento foi anulado pelo STF.