Rosevan Almeida é acusado de ter assassinado a tiros de pistola seis adolescentes em Icoaraci
O ex-policial militar Rosevan Moraes Almeida, de 43 anos, acusado de ter matado seis adolescentes a tiros, em novembro de 2011, em Icoaraci, será julgado hoje pelos crimes que ficaram conhecidos como “Chacina de Icoaraci”. As vítimas foram obrigadas a se ajoelhar e ficar de costas para o criminoso antes de serem executadas. O julgamento está agendado para começar às 8 horas, no Fórum Criminal, na Cidade Velha, e será presidido pela juíza Ângela Tuma, do 3º Tribunal do Júri.
Rosevan está preso no Centro de Recuperação Especial Coronel Anastácio das Neves (Crecan), no Complexo Penitenciário de Santa Isabel do Pará, na Região Metropolitana de Belém. É a segunda vez que ele é acusado de praticar crimes em série. Em 2008, ele também foi preso sob a acusação de integrar um grupo de extermínio, que agia em Icoaraci, entre outras áreas em Belém, na operação batizada de “Navalha na Carne”. Em março do ano passado, o juiz Jackson José Sodré Ferraz, da 3ª Vara Penal Distrital de Icoaraci, decidiu pela pronúncia (ser submetido a júri popular) de Rosevan. Na mesma sentença, o magistrado negou pedido de revogação da prisão do ex-PM, mantendo a sua custódia, uma vez que “a liberdade do acusado representa sério e fundado risco de temor das testemunhas em virem depor em juízo”.
Em relação ao segundo acusado de participar da chacina, Antonio da Luz Bernardino da Costa, o magistrado decidiu pela impronúncia. Ele considerou que, durante a instrução processual, “não ficou demonstrado indícios suficientes de autoria ou de participação do acusado na empreitada criminosa”, que apontassem para a necessidade de submeter o réu a júri popular. Destaca o juiz na sentença que “nenhuma das testemunhas ouvidas em juízo foi decisiva no sentido de apontá-lo como piloto da motocicleta no dia do crime”.