Réus confessaram roubo e cárcere privado, mas negaram homicídios
Acusados de autoria e participação na morte do sargento Elio Ferreira Borges da Polícia Militar e de sua companheira Feliciana Ferreira Mota, presidente da Associação dos Familiares de Policias são condenados a penas que juntas somam mais de 150 anos de reclusão em regime inicial fechado, após onze horas de júri popular realizado no Fórum de Belém sob a presidência do juiz Edmar Pereira. Rodrigo Silva Souza, 25 anos, e Jhemison Ferreira Santos, 23 anos, foram sentenciados a 66 anos cada um e Davyson Fernando Correa Ferreira, 20 anos, cumprirá 61 anos de prisão. Atuaram no júri o promotor de justiça José Rui de Almeida Barbosa e em defesa dos acusados Alessandro Oliveira da Silva.
O julgamento estava previsto para durar dois dias devido o número de testemunhas para depor, 12 no total, sendo duas delas comuns à defesa e a acusação. Outras quatro testemunhas foram dispensadas o que acabou agilizando a sessão. Acusação e defesa não usaram todo o tempo regimental previsto o que contribuiu também para que o julgamento não entrasse pela madrugada.
A sessão começou às 08h com os depoimentos das testemunhas de acusação e após uma testemunha de defesa e interrogatório do acusados. A testemunha trazida pela defesa foi um motorista de caminhão de entrega de mercadorias que estava estacionado próximo no local do crime e poderia confirmar que os tiros teriam sido deflagrados por agentes da Guarda Municipal.
O promotor de justiça provou com laudos do Centro de Balística do Instituto Médico Legal (IML) que os projéteis que atingiram as vítimas saíram das duas pistolas Ponto 40, apreendidas com os dois Rodrigo Souza e Jhemison Santos. A participação de Davyson Ferreira no crime foi a de conduzir a motocicleta usada na fuga após o assalto.
Entre as testemunhas ouvidas pelo Ministério Público estão comerciários que foram também vítima do cárcere privado, um gerente de Lojas Américas onde ocorreu o roubo.
Os acusados foram interrogados também na parte da manhã e negaram ter atirado contra as vítimas. Eles confessaram o roubo à Lojas Americanas e que a camionete do policial emparelhou com a motocicleta usada durante a fuga. As declarações prestadas pelo réus foi a de que houve tiroteio de policiais à paisana e da Guarda Municipal. Os crimes foram cometidos durante a manhã no centro comercial de Belém, numa das Lojas Americanas, em 07/11/213.
Consta nos autos que a vítima estava à paisana, acompanhado da companheira no veiculo de sua propriedade. Ao perceber a movimentação dos três assaltantes em fuga emparelhou seu veiculo com a motocicleta provocando a queda dos fugitivos. Nessa ocasião o trio teria efetuado disparos contra a camionete e atingido a cabeça do condutor e de sua companheira. A mulher morreu na hora e o policial ainda chegou a ser socorrido e levado para um hospital, mas também não resistiu aos ferimentos e morreu quatro dias depois.