CURSO CRIAÇÃO, FACILITAÇÃO E COORDENAÇÃO DE GRUPOS PARA HOMENS AUTORES DE VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES - TURMA 2
INFORMAÇÕES GERAIS
Natureza: Formação Continuada
Público-alvo: Equipe Multidisciplinar, magistrados e magistradas
Período de inscrição: 25/04 a 10/05/2024 (As inscrições podem ser encerradas anteriormente na hipótese das vagas serem preenchidas antes do período final de inscrição)
Período de realização: 13 a 16/05/2024
Horário: 8:00 ás 12:00 e de 14:00 as 18:00
Carga horária: 32 horas
Número de vagas: 40
Modalidade: Presencial
Local de Realização: Escola Judicial do Poder Judiciário do Estado do Pará - EJPA. Tv. Quintino Bocaiúva, 1404. Nazaré. Belém/Pará. CEP: 66095-130
DOCENTES:
ANA CAROLINA MAURICIO - Doutoranda e Mestra em Psicologia pelo Programa de Pós Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Graduada em Psicologia pela Faculdade Cesusc (2019). Tem experiência em processos clínicos e grupais, com interesse voltado para a Psicologia Social, na área de gênero e sexualidade. Atualmente é supervisora acadêmica de extensionistas e estagiários(as) vinculados(as) ao Projeto Ágora - Grupos Reflexivos para Homens Autores de Violência, realizado em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) e pesquisadora vinculada ao Núcleo de Pesquisa Margens (Modos de Vida, Família e Relações de Gênero/UFSC), à Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) e ao Núcleo de Pesquisa em Psicologia Jurídica (NPPJ). Estuda as relações entre gênero e violência, sobretudo nos temas direitos sexuais e reprodutivos; cisheteronormatividade; masculinidades e violação de direitos. Oferece capacitações e minicursos nas áreas de masculinidades, feminilidades e violência de gênero, sob o prisma da Psicologia Social Jurídica. Lattes:
ADRIANO BEIRAS - Professor Adjunto do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Em 2023, realiza pós-doutorado Senior na Universidade Autónoma de Barcelona, UAB, Espanha. Foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFSC (PPGP/UFSC/ Mestrado/Doutorado) - Gestão 2021-2023. Foi coordenador do curso de Psicologia da UFSC de 08/2017 a 07/2018 e Vice-coordenador de 08/2018 a 07/2019. Professor do Programa de Pós-graduação em Psicologia da UFSC. Coordenou a Área 2 - Psicologia Social e Cultura (PPGP/UFSC),(Gestão de 2019 a 2021). É graduado e licenciado em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestre em Psicologia por esta mesma instituição (UFSC), Doutor Europeu em Psicologia Social pela Universidade Autônoma de Barcelona (UAB), Espanha (com Menção Doutor Europeu), revalidado pela UFSC, no Brasil. Foi pesquisador Convidado pela Universidade Fernando Pessoa (UFP), Porto, Portugal, de 05/2011 a 08/2011. É coordenador do Núcleo de Pesquisas Margens (Modos de Vida, Família e Relações de Gênero) do Departamento de Psicologia da UFSC, e vice-coordenador do Núcleo de Pesquisa em Psicologia Jurídica (NPPJ), do Departamento de Psicologia da UFMG e pesquisador do Grupo de Pesquisas VIPAT (Violencia en la Pareja y en el Trabajo) do Departamento de Psicologia Social da UAB, em Barcelona, Espanha. Tem experiência em diversos Projetos de Extensão Universitária e de Pesquisa, com ênfase em Psicologia Social, Jurídica, Comunitária e Saúde, atuando principalmente nos seguintes temas: gênero, família, mediação familiar, violências, masculinidades, saúde sexual e reprodutiva e sexualidades. É Editor Coordenador da Revista Nova Perspectiva Sistêmica, editada pela editora do Instituto Noos (SP). Realizou visita pós-doutoral de 3 meses (dezembro de 2012 a fevereiro de 2013), na Universidade de Brighton (School of Applied Social Science, University of Brighton), Reino Unido/Inglaterra e também na Universidade de Granada (Departamento de Psicologia Social), Espanha (novembro de 2013 a fevereiro de 2014, Coimbra Group Scholarship Programme). Realizou Pós-doutorado Junior ( Bolsa PDJ-CNPq) no Departamento de Psicologia da UFSC (Fpolis- Brasil), de março de 2013 a julho de 2014. Professor Visitante na Universidad Andina Simón Bolivar, Sede Equador (Quito), em junho de 2014 e de 2015 e janeiro de 2016. Professor Visitante no Programa de Pós-graduação em Psicologia da FFCLRP-USP-USP (Ribeirão Preto) em abril de 2017. Professor Visitante na Universidad de Santiago de Chile- USACH (Bolsa de Intercâmbio Docente da AUGM), em outubro de 2017.Membro associado do The Taos Institute, USA.
EMENTA
Marcos nacionais, aspectos jurídicos e legislativos. critérios e recomendações técnicas. articulação institucional e montagens possíveis. introdução aos estudos feministas e estudos de gênero. Subjetividades e subjetivações no contexto brasileiro, colonialidade e racialidade. masculinidades, poder e controle. componentes básicos dos grupos reflexivos e responsabilizantes para homens autores de violência doméstica e familiar contra mulheres. Modelos reflexivos e habilidades para facilitação. resistências e estratégias de trabalho.
OBJETIVO
Geral: Capacitar os profissionais dos quadros do sistema de justiça, bem como de outras instituições colaboradoras, no trabalho com grupos para homens autores de violência contra mulheres (GHAV), tendo por base o emprego de metodologias reflexivas, marcos normativos nacionais e internacionais, além da literatura especializada nos GHAV, estudos feministas, de gênero, de masculinidades, compreendendo as violências enquanto construções sociais que perpassam o processo de subjetivação dos sujeitos.
Específico: Apresentar diferentes modelos de intervenção, a partir de experiências pioneiras;
METODOLOGIA
A proposta metodológica deverá priorizar a participação ativa dos cursistas, por meio de momentos de interação e atividades colaborativas. Para isso, é importante adotar estratégias que incluam a problematização da realidade em que o(a) aluno(a) está inserido(a), utilizando métodos expositivos, interrogativos e ativos. Dessa forma, o(a) aluno(a) deixa de ser um sujeito passivo e passa a atuar de forma autônoma e protagonista no seu próprio desenvolvimento educacional.
Nesse sentido, o docente desempenhar um papel de facilitador e deve elaborar um plano de aula com atividades que promovam a relação teoria-prática. É essencial inserir atividades e exemplos que estimulem o(a) aluno(a) a criar suas próprias sínteses e, consequentemente, adquirir novos conhecimentos.
O curso será desenvolvido em um total de 32 horas-aula, conforme programação a seguir.
PROGRAMAÇÃO
Data/Hora | Conteúdos | Carga Horária | Expositor(a) |
13/05/2024
8h às 12h e das 13h às 17h
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Dia 01 - Manhã – Teoria dos grupos reflexivos e responsabilizantes para homens autores de violência contra mulheres. Lei Maria da Penha e trabalhos com homens. Articulação de redes e as possíveis inserções dos GHAV. Localização dos GHAV no sistema de proteção à mulher.
Materiais: BEIRAS, A. MARTINS, D. HUGILL, M. SOMMARIVA, S. Grupos reflexivos e responsabilizantes para homens autores de violência contra mulheres no Brasil: mapeamento, análise e recomendações. Conselho Nacional de Justiça. Universidade Federal de Santa Catarina. Academia Judicial do Tribunal de Justiça de Santa Catarina: Florianópolis, 2021. Introdução e Capítulo 2 (p. 18-45). Disponível em: https://ovm.alesc.sc.gov.br/wp-content/uploads/2021/11/grupo-reflexivo.pdf
SARMENTO, R. Entre tempos e tensões: o debate mediado antes e depois da sanção da lei brasileira de combate à violência doméstica contra a mulher (2001 a 2012). Revista Feminismos, n. 1. 2014. p. 100–103. v. 2. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/30025/17759 . Acesso em: 16 set. 2021.
Dia 01 - tarde - GHAV. Critérios mínimos para funcionamento dos grupos - Apresentação do curso e da equipe. Apresentação das pessoas participantes, seus locais de trabalho e sua trajetória. Discussão sobre articulação de redes e as possíveis inserções dos GHAV.
Materiais: BEIRAS, A. MARTINS, D. HUGILL, M. SOMMARIVA, S. Grupos reflexivos e responsabilizantes para homens autores de violência contra mulheres no Brasil: mapeamento, análise e recomendações. Conselho Nacional de Justiça. Universidade Federal de Santa Catarina. Academia Judicial do Tribunal de Justiça de Santa Catarina: Florianópolis, 2021. Capítulo 6 – Recomendações (p. 195-220). Disponível em: http://www2.tjsc.jus.br/web/academia-judicial/ebook/mapeamento-1.pdf
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8h/a | Adriano e Ana Carolina |
14/05/2024
8h às 12h e das 13h às 17h
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Dia 02 - manhã – Conceitos fundamentais para o trabalho com homens autores de violência: Gênero e violência de gênero. Masculinidades e patriarcado. Colonialidade. Materiais: BEIRAS, A. MARTINS, D. HUGILL, M. SOMMARIVA, S. Grupos reflexivos e responsabilizantes para homens autores de violência contra mulheres no Brasil: mapeamento, análise e recomendações. Conselho Nacional de Justiça. Universidade Federal de Santa Catarina. Academia Judicial do Tribunal de Justiça de Santa Catarina: Florianópolis, 2021. Introdução e Capítulo 2 (p. 18-45). Disponível em: https://ovm.alesc.sc.gov.br/wp-content/uploads/2021/11/grupo-reflexivo.pdf
Welzer-Lang, D. (2001). A construção do masculino: dominação das mulheres e homofobia. Estudos Feministas, 9. p. 460–482. Recuperado de: https:// https://www.scielo.br/j/ref/a/WTHZtPmvYdK8xxzF4RT4CzD/abstract/?lang=pt
Dia 02 - tarde - Oficina: Criação de um espaço reflexivo
Regras e combinados, ambiente, sigilo, autocuidado, escuta etc. - componentes básicos para a criação de um ambiente reflexivo. Acordos iniciais, espaço físico, elementos facilitadores e desafiadores de trocas;
Postura da facilitação e da equipe reflexiva, manejo de conflitos, condução - instrumentos comunicacionais iniciais, metodologias reflexivas e outras técnicas para manejo de grupo, baseadas na comunicação não violenta. Compreensão do lugar de facilitação: mitos e verdades. Desenvolvendo um estilo próprio de facilitação: quem facilita também é parte do grupo.
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8h/a | Adriano e Ana Carolina |
15/05/2024
8h às 12h e das 13h às 17h
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Dia 03 - Manhã - Grupo simulado
Encontro simulado com temática escolhida pelo grupo (facilitação rotativa).
Dia 03 – Tarde - Trabalhando masculinidades
Transferência com os autores; diferentes posições em um grupo de homens a partir da teoria das masculinidades hegemônicas. Armadilhas na facilitação, posições de aliança e inimizade. Explorando posições transferências: pontos de partida para intervenções reflexivas;
Masculinidades, poder e controle; - desarme, desorganização e abertura. Desinflação identitária e conexão com a singularidade. Grupo enquanto estratégia de relativização das masculinidades e os riscos da cristalização do Homem;
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8h/a | Adriano |
16/05/2024
8h às 12h e das 13h às 17h
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Dia 4 - Manhã – Metodologias de trabalho com GHAV - Etapas para constituição de um grupo. Metodologias de trabalho. Preparação, encaminhamento, criação, triagem, encontros iniciais, temas fundamentais, formas de avaliação, supervisão.
Materiais: Beiras, A., Bronz, A. (2016). Metodologia de grupos reflexivos de gênero. Rio de Janeiro: Instituto Noos. Disponível em: https://noos.org.br/wp-content/uploads/2018/08/Metodologia-Noos__PDF-final.pdf
Papo de Homem. Como conversar com homens sobre violência contra meninas e mulheres. São Paulo: IPH, 2023. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/164YADv-S8g2y97wxWhJamUMwxZ-qDpng/view
Materiais disponíveis na página do Grupo de Pesquisa Margens/UFSC: https://margens.ufsc.br/grupos-reflexivos/
Oficina: Relações de gênero:
Implicação pessoal com o tema. Narrativas pessoas de (des)encontros com as violências de gênero. Representações, preconceitos e curiosidades sobre relações de gênero, raça e poder no Brasil. Violento é o outro? - Complexificação da visão sobre violências e agência
Violências institucionais; O papel da instituição judiciária e dos demais serviços da rede no enfrentamento e na manutenção das violências de gênero. Vivências de desafios institucionais para a superação das desigualdades de gênero;
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8h/a | Ana Carolina |
AVALIAÇÃO E CERTIFICAÇÃO
As atividades programadas ao longo do curso serão utilizadas exclusivamente como ferramentas de aprendizagem, com intuito de estimular e reforçar o processo de aprendizagem dos participantes, permitindo a aplicação prática dos conceitos abordados durante o curso. Assim, não será atribuída pontuação a essas atividades para fins de certificação.
No intuito de coletar feedbacks para orientar melhorias futuras em nossas práticas educacionais, ao final da ação formativa, será aplicada Avaliação de Reação. Instrumento para avaliar o desenvolvimento do curso e de desempenho do Formador.
Ao concluir o curso, aqueles que alcançarem uma frequência igual ou superior a 75% (setenta e cinco por cento) receberão um certificado.