Jurados acolheram tese da defesa de homicídio privilegiado
Jurados do 4º Tribunal do Júri de Belém, sob a presidência do juiz Cláudio Henrique Lopes Rendeiro, condenam, nesta quarta-feira, 12, Raimundo Nonato Nazaré Sá, 30 anos, acusado da morte do adolescente Afonso Gonçalves Júnior, 17 ano,. A pena fixada ao réu de 10 anos de prisão por homicídio privilegiado será cumprida em regime inicial fechado.
A decisão acolheu a tese do defensor público Alex Noronha de que o réu foi autor de homicídio privilegiado, rejeitando a tese acusatória do promotor do júri, Alexandre Manuel Rodrigues, de homicídio duplamente qualificado.
O pai da vítima, que trabalha como vigilante, compareceu para depor e relatou que à época estava com uma bolsa de colostomia por ter sido submetido a cirurgia de vesícula, contou que o filho estava na frente de casa com amigos, festejando a vitória de algum campeonato de futebol, quando o réu chegou e efetuou disparos de arma de fogo.
O pai afirmou que não sabe a motivação do crime e contou que o jovem chegou a cumprir medida socio educativa, prestando atividades no Detran, por ter furtado um “chiclete Trident”, de um mercadinho, mas, cumpriu rigorosamente a medida aplicada pelo Juizado.
O genitor da vítima contou que, mesmo baleado no abdômen, o jovem pulou o muro para entrar na casa, e acabou caíndo no local, sem forças. Quando o vigilante percebeu o que estava acontecendo correu em direção ao acusado e travou luta corporal até desarmá-lo, tendo entregue depois à Policia Civil o revolver usado no crime.
Em interrogatório prestado no júri, Raimundo Nonato confessou ser autor dos disparos, que atingiram o adolescente. O acusado disse que foi armado na casa da vítima para recuperar um cordão e uma carteira que, supostamente, teria sido roubado pelo adolescente. A versão do réu, que já foi condenado a 17 anos de reclusão por assalto, tendo cumprido pena de pouco mais de 3 anos, é de que fora assaltado pelo adolescente.
Conforme o acusado, no mesmo dia foi procurar um amigo, que morava na mesma rua do adolescente. Esse amigo lhe arranjou a arma e o levou de motocicleta até a casa do jovem, e ao chegar foi logo agredido pelo vigilante. Na luta corporal a arma disparou e atingiu a vítima no abdômen, e após ser desarmado, fugiu do local em direção a casa de sua avó, e mais tarde fugiu para o interior do Estado ao saber que a vítima estava morta.