Programação incluiu literatura, história e consciência contra o abusos
A comunidade da Escola Municipal de Ensino Fundamental Manuela de Freitas, em São Brás, teve uma manhã dedicada à história, literatura e à consciência sobre sinais de violência sexual contra crianças e adolescentes. O projeto “Judiciário vai à Escola”, do Tribunal de Justiça do Pará, levou três projetos aos alunos, professores, servidores e pais – “Minha Escola, Meu Refúgio”, o “Chá Literário” e o “Museu sobre Rodas”. Um grupo de nove estudantes participou também de uma oficina de rádiojornalismo, ministrada por profissionais da Web Rádio Jus do TJPA, fazendo a cobertura do evento, com entrevistas e textos.
A ação na escola Manuela de Freitas abre uma iniciativa de integração dos projetos do Judiciário, que será levada a outras escolas das redes municipal e estadual de ensino em Belém, acompanhando o cronograma da Vara de Crimes contra Crianças e Adolescentes, cujo projeto “Minha Escola, Meu Refúgio” busca alertar professores e pais sobre como reconhecer sinais de abusos e violência sexual contra crianças e adolescentes e o que fazer para denunciar e assegurar acompanhamento social e psicológico às famílias.
“É muito importante pra nós, mães, que se preocupam com os filhos. Eu me preocupo, não tanto na escola, mas na rua, porque a gente vê tantos casos acontecendo. É muito boa a palestra, eu gostei. É muito bom a gente está por dentro de tudo o que acontece com os filhos da gente”, disse uma das mães que participou da programação.
O Museu Sobre Rodas ficou estacionado em frente ao mercado de São Brás e a coordenadora do projeto, a historiadora Cacilda Pinto, fez um breve relato da história do Judiciário no País, na Amazônia e no Pará e trabalhou alguns conceitos básicos de Justiça, esclarecendo dúvidas das crianças sobre temas como conciliação e até sobre a Lei Maria da Penha.
“Foi bastante interessante. É a primeira vez que eu participo de uma coisa assim no colégio. Aprendi um pouco sobre os juizados, algumas leis. Ainda agora teve uma simulação de como aconteceria se tivesse uma separação, com quem ficaria o filho, se era com o pai, se era com a mãe, aí foi bem interessante mesmo. Falamos sobre aquele martelinho, que não usam mais, sobre os primeiros juízes paraenses”, lembrou Henrique, aluno da 8ª série, após a visita ao Museu.
No “Chá Literário”, a escritora paraense Bella Pinto, de Óbidos, no oeste do Pará, conversou com os alunos sobre o seu livro “Uerê”, que trata da questão indígena a partir da vida de um personagem. A escritora disse que sua inspiração vem da infância. “Nasci na cidade de Óbidos, uma cidade ribeirinha, e de lá eu trago toda essa inspiração pra falar sobre índios, pra falar sobre a Amazônia, da experiência que tive e daquilo que meus pais me contavam, pois eu era uma criança muito aguçada e perguntava muito”, disse a escritora.