Das 49 pessoas detidas por tentativa de fraude em certame de interesse público durante a prova do concurso dos bombeiros, no último domingo (24), em Belém, 46 já foram soltas após pagar fiança no fim da tarde desta segunda-feira (25).
De acordo com a Polícia Civil, apenas três pessoas permanecem presas por falsificação de documentos, financiável apenas perante ao Poder Judiciário. Um vídeo que circula na internet flagrou o momento em que as 49 pessoas estavam reunidas em um sala de aula, de uma escola no bairro do Tenoné, repassando as respostas para candidatos durante as provas.
Nas imagens é possível ver que as pessoas estavam usando celulares e fones de ouvido, e o gabarito das questões estava escrito no quadro da sala. Segundo a Secretaria de Estado de Admistração (Sead), a quadrilha alugou a escola alegando que seria utilizada para uma festa e começou a repassar as questões aos candidatos após o mentor do crime se basear em um dos tipos das provas elaboradas pela organização do concurso.
Como funcionava a fraude
A quadrilha se comunicava com candidatos através dos toques de celular correspondentes às supostas alternativas corretas da prova. Cada toque correspondia a uma opção de resposta: se a alternativa correta fosse a letra A, o telefone iria vibrar uma vez, e se fosse a letra E seriam cinco vibrações.
A Secretaria informou nesta segunda-feira (25) em entrevista coletiva que o concurso dos bombeiros não será anulado, pois o gabarito encontrado com os suspeitos, daria aos candidatos apenas sete acertos em relação a um dos tipos de prova. Logo, eles não teriam o acerto de 50% que é o mínimo para os candidatos serem aprovados na prova objetiva, em nenhum dos quatro modelos de prova utilizados.
Ainda segundo a Sead, os candidatos conseguiram passar pelo detector de metal com os aparelhos celulares na virilha, pois os mesmos não acinavam o detector, e em casos de concursos públicos, não é permitido que a segurança apalpe os candidatos.
A polícia ainda busca identificar os candidatos que teriam pagado à quadrilha pelas respostas. De acordo com a polícia, o valor pago por cada candidato foi de cerca de 5 a 8 mil reais.