O Comitê de Ação Social e Cidadania do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), em parceria com os alunos da Universidade da Amazônia (Unama), em mais um evento dedicado às crianças da Escola Santana do Aurá, levou os pequenos para assistir um filme no Cinema Olympia. A sessão, que faz parte do projeto “Vivência”, dos acadêmicos do curso de Psicologia da Unama em parceria com o TJPA, aconteceu nesta quarta-feira, 13.
Participaram da sessão de cinema especial em torno de 60 pessoas, entre alunos com idades de 4 a 14 anos, e alguns pais, que assistiram à animação da Disney-Pixar, “Viva, a vida é uma festa”. O filme conta a estória de Miguel, um jovem aspirante a músico que embarca numa viagem à terra mágica de seus ancestrais. Lá, um amigo inesperado o ajuda a descobrir os mistérios por trás das tradições de sua família.
O professor da disciplina Social-comunitária, do curso de Psicologia da Unama, Márcio Valente, disse que o projeto “Vivências” já está há quase um ano trabalhando com a comunidade de Santana do Aurá, e também explicou o objetivo do projeto. “O nome completo do projeto Vivências é: Psicologia, saúde mental e protagonismo social, e ele compreende várias atividades que visam desenvolver nas pessoas que participam um empoderamento e protagonismo social. Essa atividade, em específico, tem uma função de entretenimento mesmo, de ser lúdica e prazerosa para as pessoas. Uma atividade que para algumas pessoas é banal, para outras, é a realização de um sonho”.
A mãe do aluno da Escola Santana do Aurá, Daniel, de 4 anos, é o retrato deste sonho que o professor mencionou. Cristiane dos Santos, estava muito alegre com a oportunidade dela e do filho irem ao cinema pela primeira vez. “É a nossa primeira vez no cinema. Estou muito feliz, e ele ficou ansioso a semana toda, todos os dias perguntava quando era que a gente ia ao cinema”.
Márcio Valente também falou do ganho acadêmico para os alunos e do interesse da comunidade em participar do projeto. “Eu percebo em meus alunos um grande crescimento, no sentido de responsabilidade. Cada vez mais eles têm consciência da sua importância enquanto trabalhador de psicologia. Quando uma senhora atendida por eles diz que se sente bem com a presença deles, quando o que eles falam toca de alguma forma cada pessoa atendida, eles percebem a dimensão do trabalho que desenvolvem. A receptividade da comunidade foi tão boa, que de 10 adultos que atendíamos no início, passamos a ter 70, um número que realmente não dávamos conta. Hoje, atendemos por volta de 30 a 40 adultos, e em torno de 15 a 20 crianças”.
O professor destacou que estas atividades com os pais ajudam no estreitamento da relação com os filhos, que é muito trabalhado nos atendimentos em grupo realizados às quartas-feiras na comunidade. "Alguns dos adultos que participam do projeto não tiveram experiência de amor em sua criação e às vezes reproduzem isso nos filhos. A atividade de hoje também pretende estreitar a relação entre eles".