Vítima foi encontrada morta, três dias após, no kitnet onde vivia
Com mais de dez horas de sessão, jurados do 4º Tribunal do Júri de Belém, presidido pelo juiz Claudio Henrique Rendeiro da Silva, votaram pela condenação de Clenilson Mewireles de Moraes, 35 anos, servente de pedreiro e vendedor ambulante, acusado de matar a facadas a ex-companheira Cleice Tamara de Assis Ribeiro, 30 anos, diarista.
A decisão acolheu a tese promovida pelo promotor de Justiça José Edvaldo Pereira Sales que o réu é autor de homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, pelo recurso que tornou impossível da defesa da vítima e por ser um crime praticado em razão da condição feminina e relação doméstica e familiar da vítima.
O juiz fixou a pena base em 23 anos, sendo reduzido em menos um ano por ter o réu confessado a autoria do crime, resultando em 22 anos de reclusão. Na sentença o juiz aplicou a detração da pena pelo tempo em que o réu está preso, restando 20 anos, 08 meses, e 11 dias de reclusão para cumprir em regime inicial fechado.
Durante o dia, foram ouvidos depoimentos de oito testemunhas, cinco delas arroladas pela promotoria do júri, entre elas a mãe da vítima, Odete de Assis Ribeiro. Ainda abalada com a morte violenta da filha, a mãe relatou o relacionamento conturbado da filha com o réu, com agressões físicas e torturas psicológicas que a filha enfrentava.
Conforme a depoente, sua filha vivia sob chantagem com o réu, que costumava ameaçar a ex companheira, com exibição em redes sociais de um vídeo que ele fez de momentos íntimos entre ambos.
Vizinhas da vítima informaram que no dia do crime viram o réu sair do kitnet sem a jovem, e que não ouviram nenhum grito da vítima.
Em interrogatório prestado no júri, o réu contou com detalhes como praticou o crime. A alegação foi a de que a mulher teria bebido e que lhe chamou de “corno”, por estar se relacionando com outra pessoa. A versão do réu foi de ter sido agredido pela mulher e que pegou uma faca que e usou para se defender.
Para a acusação a vítima foi assassinada quando dormia no pequeno cômodo e que não teve condições de esboçar nenhuma reação. O corpo da jovem foi encontrado três dias após ser assassinada em adiantado estado de putrefação.