Apesar de ser particular, é o único a atender urgência e emergência pelo SUS
O leilão do Hospital Edilson Abreu, em Santa Isabel do Pará, foi suspenso após um acordo. Apesar de ser particular, ele é o único que atende urgência e emergência pelo SUS. O leilão estava marcado para o próximo dia 22 de janeiro em função de uma dívida judicial a uma dona de casa que solicitou a reparação pela perda do filho, que foi fazer uma cirurgia no joelho e acabou morrendo na unidade de saúde.
Decisão judicial
Por decisão da Justiça, o hospital seria leiloado na próxima semana com o lance inicial de R$ 7 milhões. A decisão do juiz Cláudio Hernandes Silva Lima atendia a um pedido de reparação civil feito por uma dona de casa que pediu indenização ao hospital depois da morte do filho, em 2003.
"Um novo grupo empresarial que assumiu o hospital resolveu quitar a dívida do leilão, que não tinha nada a ver com o grupo atual. O hospital está em reforma para atender os pacientes e vai ser mantida a urgência e emergência. O hospital não vai fechar", afirmou João Lourenço Machado, clínico geral do hospital.
De acordo com o advogado da família, a direção do hospital fez uma proposta de negociação para evitar o fechamento da unidade de saúde. O valor não foi divulgado, mas será pago em 24 parcelas.
"Formalizados esse ato na segunda-feira passada, dia 11. Protocolizamos essa petição e o hospital vem honrando até então com seu compromisso", disse o advogado da família, Marcelo de Oliveira Vidinha.
Convênio
A direção do hospital diz que não vem recebendo mensalmente os R$ 220 mil referentes a um convênio que teria sido firmado com governo do Estado. A Secretaria Municipal de Saúde diz que não recebe nenhum recurso repassado pela Sespa direcionado ao hospital.
Segundo a secretária de saúde, o município só atende os serviços básicos e por isso não recebe dinheiro de convênio para média e alta complexidade. "Importante frisar que o município de Santa Isabel não recebe nenhum tipo de recurso que deve ser repassado para o hospital, que tenha vinculação hospitalar. Nós não temos esse tipo de gerência de atenção especializada", esclareceu Aurea Araújo, secretária municipal de saúde.
A Sespa disse que mantém sim um convênio com o Hospital Edilson Abreu. O recurso é repassado de acordo com a produção do hospital, que reduziu os serviços e atualmente atende somente as demandas de urgência e emergência. Mas, a direção do hospital informou que gasta cerca de R$ 60 mil a mais do que recebe do convênio para manter os atendimentos.