Um dos acusados, o comerciante Albenor Moura de Sousa, confessou em depoimento que matou a vítima e agiu só
Justiça paraense retoma na manhã desta terça-feira (23), em Belém, o julgamento dos dois homens acusados de participação no assassinato de Raimundo Messias Oliveira, advogado da cooperativa de garimpeiros da Mineração Ouro Roxo. A vítima foi assassinada em Itaituba, no sudoeste do Pará, em setembro de 2003. O crime teria sido motivado por uma dívida de mais de R$ 1 milhão que o acusado Albenor Moura cobrava da cooperativa.
O comerciante Albenor Moura de Sousa e o autônomo Luiz Miguel Rodrigues Lobo sentam no banco dos réus. Durante depoimento, Albenor Moura de Sousa confessou que foi autor do homicídio e alegou que agiu só. Segundo ele, a vítima teria questionado o valor da dívida da cooperativa. A versão do comerciante é a de que matou o advogado para se defender, argumentando que a vítima estava armada e que ia pegar a arma na bolsa.
Após intervalo noturno, o júri retornou com a fase dos debates. A expectativa é que a sentença seja dada ainda na noite desta terça.
A sessão é presidida pela juíza Ângela Alves Tuma e tem na acusação o promotor José Rui Barbosa e na defesa os advogados Eduardo Imbiriba, Cláudio Daledone e Caio Fortes de Matheus. Os advogados Carlos Figueiredo e Márcio Gomes de Sousa, filho da vítima, atuam na assistência da promotoria.
Crime
O advogado Raimundo Messias Oliveira foi assassinado em 27 de setembro de 2003 e teve o corpo encontrado só quase dois meses depois, em 15 de novembro, em um poço desativado localizado dentro de um posto de combustíveis de propriedade do comerciante Albenor Moura de Sousa. Segundo inquérito policial, a vítima mantinha disputa com empresários locais pela cooperativa. O assassinato teria sido motivado por uma dívida de mais de R$ 1 milhão que o acusado Albenor Moura cobrava da Cooperativa de Mineração Garimpo Roxo, onde a vítima prestava serviços como advogado.
Adiamentos
De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA), durante a realização do primeiro júri, em Itaituba, a imprensa local flagrou um dos advogados entrando no mesmo banheiro que um dos jurados, por isso, o júri foi suspenso por quebra de incomunicabilidade. A promotoria solicitou o desaforamento do caso, que foi encaminhado para a comarca mais próxima, no município de Santarém.
A acusação da comarca, por sua vez, pediu o desaforamento para Belém, onde foi realizado um novo júri, no qual a defesa pediu o adiamento devido à falta de uma testemunha importante e alegando o cerceamento da defesa. Já em um novo júri, o promotor solicitou o adiamento e teve o pedido indeferido, abandonando o julgamento.