'Me arrependo de tudo que aconteceu e não soube reconhecer a mãe maravilhosa que eu tinha. Resolvi contar tudo agora porque ainda tenho pessoas que acreditam em mim e estão ao meu lado. Fiz tudo isso por um amor doentio. Nenhuma sentença vai pagar isso porque vou sofrer pelo resto da minha vida', disse Aretha Caroline Correa de Sales a respeito da morte da mãe, em interrogatório na manhã desta terça-feira (5), ao juiz Edmar Pereira, no Fórum Criminal de Belém, durante o segundo dia da sessão de julgamento dela e mais três acusados de assassinar, a facadas, a servidora da Funtelpa, Maria Odinéia Corrêa, 52 anos.
A ré confirmou ao magistrado sua participação no crime, mas alegou que essa participação seria apenas no suposto 'susto' que o namorado havia planejado, por conta de uma desavença com a vítima, em razão do namoro com a acusada. Aretha revelou que seu namorado Raphael de Souza Silva, disse, dias antes do crime, que ninguém sairia ferido e que só queria dar um susto na mãe de Aretha.
Aretha revelou que Raphael conhecia Rosinaldo, apontado como o autor das facadas. Ainda segundo a ré, Raphael disse a ela
que a adolescente acusada de envolvimento no crime sabia de tudo que iria acontecer. Aretha acusou Rosinaldo de ter desferido as nove facadas na mãe dela. Disse ainda que conhecia o autor do crime, mas que não tinha muito contato com ele e nem conhecia o outro acusado de envolvimento, Carlos Alessandro.
A acusada voltou a negar a participação no crime ao promotor de justiça. 'Eu nunca encomendei a morte da minha mãe. Queria dar um susto nela. Não procurei a polícia porque estava sendo ameaçada de morte pelo Raphael, se contasse a verdade ele disse que matava a mim e a minha família', afirmou alegando que aceitou participar do falso roubo porque era apaixonada pelo namorado e fazia tudo o que ele pedia.
Aretha ainda afirmou que tinha medo da adolescente acusada de envolvimento no crime, pois ela e a família dela são envolvidos em rituais de magia negra e temia pelo que poderiam fazer com ela.
A sessão de julgamento prossegue no Fórum Criminal de Belém. Os outros réus devem ser interrogados ainda hoje. A previsão é de que o julgamento termine somente na quarta-feira (6). Rosivaldo Gemaque Lima deve ser o próximo acusado a ser ouvido pelo júri.
Crime - Maria Odinéia foi assassinada dentro da própria casa, no bairro da Marambaia, na noite de 28 de julho. Ela estava em casa, na companhia da filha e da afilhada, quando foi golpeada com dez facadas por um homem, até então 'desconhecido' pelas duas moças. No dia do crime, a filha da servidora chegou a dizer que a mãe tinha dívida com um agiota para despistar a polícia. Além disso, chegou a fazer retrato falado do suposto criminoso, mas os policiais preferiram não divulgá-lo, pois desde o início das investigações desconfiaram do envolvimento da filha e do genro de Maria Odinéia no crime, já que ela não concordava com o relacionamento do casal.