Corpo da vítima foi colocado dentro de geladeira e enterrado no fundo do quintal
A mulher acusada de homicídio e ocultação do cadáver de uma idosa que era cuidada por ela vai a júri popular. Maria Paula Lima Cardoso, de 67 anos, conhecida por “Meire”, foi pronunciada ontem pelo juiz Raimundo Moisés Flexa, da 2ª Vara do Tribunal do Júri. Helena de Assunção Rocha, de 88 anos, estava desaparecida desde 28 de dezembro de 2014. O cadáver dela foi encontrado no dia 8 de julho do ano seguinte, dentro de uma geladeira velha enterrada no quintal de Maria Paula. Ela confessou que ocultou o corpo no quinatal do imóvel localizado na Travessa Curuçá, no Telégrafo, em Belém, após vizinhos terem denunciado o desaparecimento à Delegacia do Idoso. A cuidadora confessa que ministrou calmante para a vítima, alegando que ela estava agitada, situação imediatamente anterior ao falecimento, mas nega a prática de homicídio.
Na audiência de instrução e julgamento da ação movida pelo Ministério Público do Estado, a ré, em depoimento ao juiz, confirmou ter ministrado “Maracujina” à idosa porque ela estava gritando e, ainda, confirmou que, após esconder o cadáver no fundo do quintal da própria residência, chegou a sacar o dinheiro da aposentadoria de Helena “por duas ou três vezes” após o óbito. Duas vizinhas que prestaram depoimento ontem, na condição de testemunhas de acusação, relataram que Helena era bastante idosa e fragilizada e que, apesar de não possuir parentes, era muito querida pelos vizinhos. Além disso, contaram que a mãe de Maria Paula era quem cuidava de Helena, mas, após o falecimento da mulher, a filha se apossou do cartão previdenciário da vítima e passou a receber e a administrar o dinheiro da aposentadoria da idosa. A aposentadoria era de um salário mínimo mensal.