Motim durou quatro horas e teve dois agentes reféns. Presos serão transferidos.
Presos da Central de Triagem da Cremação, no centro de Belém, se rebelaram durante quatro horas, na manhã de sábado. Dois agentes prisionais foram feitos refém com o uso de estoques. A Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe) admitiu que a unidade estava superlotada, com 200 encarcerados, mas sua capacidade é de apenas 92 pessoas. Os amotinados libertaram os reféns após negociação para a transferência de 30 internos. A Polícia Militar enviou 150 homens para conter o motim. Terminada a negociação, esposas e mães dos presos se desesperaram, aos gritos, com o início da revista na unidade, pois temiam que os presos fossem agredidos.
A Susipe confirmou à imprensa que a rebelião ocorreu em toda a unidade prisional. O motim iniciou às 6h30, quando os agentes prisionais Ivadilson da Cruz Vaz e Agnaldo Quaresma Fonseca serviam o café da manhã, no bloco carcerário. Eles foram liberados somente por volta das 10h30. Três mulheres, familiares de detentos, foram chamadas para ajudar na negociação, que foi comandada pelo major Mariúba, da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam). “A rebelião foi em toda a cadeia. Quando a gente negocia com várias pessoas, cada um puxa um interesse individual: um quer ir embora, outro quer visita, outro quer juiz até chegar a um consenso. Por isso demorou (o fim da rebelião)”, contou o oficial. “No primeiro contato da negociação, não tinha arma de fogo. Só havia estoques. A gente precisa do (Batalhão) Choque para fazer a revista (na unidade).”