Categoria não foi atendida pelo governo do Estado e vai paralisar tudo a partir da próxima quarta-feira
Cerca de 1.000 professores do Estado decidiram deflagrar greve por tempo indeterminado no Pará. Na próxima quarta-feira, 25, os servidores garantem que não pisarão nas salas de aula.
Na segunda e terça-feira, 23 e 24, a categoria irá às escolas informar aos alunos e a comunidade sobre a decisão. No prazo de 48 horas, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) oficializará a greve junto ao governo do Estado.
A votação, ocorrida na manhã de ontem, lotou o ginásio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Marechal Cordeiro de Farias, localizada na avenida Almirante Barroso. Professores iam chegando a todo instante.
Ao término da assembleia, os trabalhadores foram às ruas e fecharam a pista da Almirante, sentido Entroncamento-Belém. Eles seguiram em protesto para frente do Tribunal de Justiça do Estado(TJE/PA), depois para o Comando Geral da Polícia Militar e finalizou na sede do sindicato.
Os educadores externaram a insatisfação sobre o não pagamento do novo piso salarial nacional para 2015, a imposição do governo para reduzir a carga horária em sala de aula e consequentemente o salário.
As escolas continuam sucateadas e a falta de concursos públicos indigna quem precisar trabalhar dobrado, sem receber por isso.
REUNIÕES
A categoria se reuniu diversas vezes com representantes do governo, mas as solicitações não foram atendidas. Na quinta-feira, 19, após passeata pelas ruas de Belém, o sindicato foi recebido no Centro Integrado do Governo (CIG), onde dialogaram com chefe da Casa Civil, José Megale.
Segundo a coordenadora do Sintepp, Conceição Holanda, novamente não houve acordo.
As demandas apresentadas pela comissão não foram atendidas e mais uma vez ficaram nas promessas. “Nos reunimos com o chefe da Casa Civil e agora ele disse que devemos esperar o secretário de Educação chegar para uma negociação, pra tentar daqui para terça-feira”, diz.
Os professores esperam por melhorias, não apenas nas condições salariais da categoria, mas exigindo do governo que se empenhe em acelerar as obras de reforma e construção de mais escolas em Belém e no interior.
“Existe insatisfação dos professores devido à retirada da carga horária e redução salarial. Não nos pagam o piso salarial, não cumprem o acordo que fizeram conosco, por exemplo, de concurso público, plano de carreira unificado. Sem falar das péssimas condições da escola’’, pontua Conceição.
Em texto divulgado anteontem, a Secretaria de Estado de Administração (Sead) e a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) afirmaram que na audiência com o sindicato, realizada na segunda-feira, todas as pautas de reivindicações foram discutidas.
Sobre o piso dos professores, a Sead e a Seduc disseram “que foi proposta a entrega do estudo para uma posição definitiva sobre o pagamento do piso nacional da categoria no mês de abril, após a revisão do processo de gestão relativa à lotação dos professores”.
Segundo Alice Viana, “todo o esforço tem sido feito para orientar a lotação 2015 no sentido de mensurar a real dimensão da necessidade de professores que o Estado precisa, para que a Sead e a Seduc possam tomar as devidas providências, e não existe orientação do governador para corte de recurso”.
Sobre as reformas nas escolas, a Seduc disse que apresentou na audiência o conjunto de cerca de 400 frentes de trabalho envolvendo a reforma e ampliação e ainda a construção de escolas em todas as regiões do Estado.