Réu alegou ter sido a vítima que lhe atacou com uma faca
O prestador de serviços gerais Jefferson João dos Anjos Ferreira, de 35 anos, foi condenado pela morte da companeira Rita de Cássia Nunes Paixão, de 39 anos. Os jurados do 1º Tribunal do Júri de Belém, que tem à frente o juiz Edmar Pereira, acompnharam a acusação sustentada pela Promotoria de Justiça.
A pena imposta ao réu de 22 anos de reclusão será cumprida no regime inicial fechado. Por ter respondido o processo preso, foi mantida a prisão em razão da condenação, sendo negado o direito de recorrer da decisão em liberdade.
A decisão acompanhou a acusação sustentada pelo promotor da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Sandro Garcia Castro, que pediu a condenação do réu por homicídio qualificado com o agravante de ser feminicídio, já que a vítima foi morta a facada.
Em interrogatório, o réu declarou que vivia há mais de dois anos com a vítima. A versão que contou é de que ao chegar em casa Rita teria lhe agredido com uma faca de cozinha, tendo desarmado a mulher que acabou se ferindo.
A defesa do réu foi promovida pelo defensor público Domingos Lopes Pereira. Ele arguiu a tese técnica de legítima defesa. O defensor apresentou a tese de desclassificação para lesão seguida de morte.
O crime foi praticado sem testemunhas em um kitnet onde o casal vivia na madrugada do dia 6 de setembro de 2018. A vitima estava se tratando de um mioma e por ter faltado ao emprego para buscar consulta no SUS acabou demitida do emprego da empresa de serviços gerais de prestação de serviço.
O companheiro, que também era prestador de serviços gerais na mesma empresa na qual a vítima trabalhava, saia do trabalho e ingeria bebida alcóolica e após chegar em casa tentou ter relações com Rita Cássia, sendo rejeitado.
Conforme a acusação, o réu foi até a cozinha e apanhou uma faca, deitou ao lado de Rita de Cássia e desferiu a facada, perfurando o pulmão. Em seguida, dormiu ao lado da mulher e, no dia seguinte, viu que o corpo da mulher estava rígido, tomou banho e foi trabalhar.
O corpo de Rita foi encontrado no dia seguinte com sague já coagulado e seco sobre a cama. A vítima deixou orfãos quatro filhos.