Das nove pessoas que seriam ouvidas nesta quarta, quatro não compareceram
O juízo do 1º Tribunal do Júri de Belém, presidido pelo juiz Edmar Silva Pereira, começou a ouvir, nesta quarta-feira, testemunhas de acusação arroladas pelo 1º promotor do júri, José Rui Barbosa. Das nove testemunhas previstas para prestarem declarações, quatro não compareceram ou não foram localizadas nos endereços indicados à Justiça.
No total, foram ouvidos cinco depoentes, tendo o juiz adiado para dia 27/11, a audiência que estava prevista para esta sexta-feira, 18/10, quando seriam ouvidas as 24 testemunhas indicadas pela defesa.
Na nova data designada serão ouvidas também as testemunhas de acusação que faltaram.
Só após esses depoimentos é que os acusados serão interrogados. O juiz presidente do processo espera concluir esses interrogatórios ainda neste ano.
Participou da audiência o 1o. promotor de justiça do júri José Rui Barbosa e advogados dos acusados.
Um réu dos réus está foragido e os demais acusados estão presos. Todos os acusados dispõem de advogados particulares.
As testemunhas ouvidas hoje são: uma familiar de uma das vítimas; um operador de som que trabalhava com o DJ morto na chacina, contratado do “Bar Vanda”; uma funcionária da padaria de propriedade de um dos denunciados de participação no crime; um segurança particular que estava negociando as rodas do veiculo Celta, usado no crime - este depoente chegou a ser preso em flagrante junto com o dono do veículo Celta Cinza, sendo solto logo após comprovada sua não participação -; e um investigador da Policia Civil, que atuou em uma das ações na fase da investigação, chegando a envolvidos na chacina.
Os acusados de participação nas mortes das 11 pessoas são: 1- Cabo PM José Maria da Silva Noronha (cabo Noronha); 2 - Cabo PM Pedro Josimar Nogueira da Silva (cabo Nogueira); 3 - Cabo PM Wellington Almeida Oliveira (cabo Wellington); 4 – Jonatan Albuquerque Marinho, Diel; 5 - Cabo PM Leonardo Fernandes de Lima (cabo Leo); 6 - Jailson Costa Serra; 7- Edvaldo dos Santos Santana; 8 – Ian Novic Correa Rodrigues.
Todos respondem por participação em crime de homicídio qualificado de 11 vitimas. A pena prevista é de 12 a 30 anos, por cada vitima.
As vitimas são Márcio Rogério Silveira Assunção, 36; Samira Tavares Cavalcante, 36 anos; Leandro Breno Tavares da Silva, 21 anos; Meire Helen Sousa Fonseca, 35 anos; Paulo Henrique Passos Ferreira, 24 anos; Flávia Teles Farias da Silva, 32 anos; Sérgio dos Santos Oliveira, 38 anos; Tereza Raquel Silva Franco, 33 anos; Maria Ivanilza Pinheiro Monteiro (dona do bar), 52 anos; Samara Silva Maciel, 23, e Alex Rubens Roque Silva, 41.
O sobrevivente, identificado como Anderson Gonçalves dos Santos, que sofreu ferimentos, está sob proteção do Estado e deverá ser ouvido na audiência do dia 27/11.
Conforme investigação policial, das 11 vítimas fatais três tinham passagem pela polícia, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup). A dona do bar, Maria Ivanilza Monteiro, 52, respondia por poluição sonora, e crime contra relações de consumo; Alex Rubens Roque Silva, era acusado de tentativa de estelionato e porte de documento falso; Flávia Teles Farias da Silva havia sido indiciada por abandono de incapaz.
A chacina
Por volta das 16h do dia 19/05, onze pessoas foram executadas por disparos de arma de fogo. Os atiradores estavam encapuzados. Entre as vítimas, cinco eram mulheres e seis homens, a maioria deles atingida na cabeça.
A execução ocorreu no interior de um bar localizado na passagem Jambu, no bairro do Guamá, em Belém.
Dois dias depois a Policia Civil efetuou a prisão de Edivaldo dos Santos Santana e Aguinaldo Torres Pinto no momento em que estavam em uma oficina no bairro da Pedreira, para desmontar o veículo usado no crime.
Logo após, um comerciante, dono de uma padaria, também foi preso por envolvimento no crime. Em seguida, os demais envolvidos foram presos.