Mulher e filhos costumavam sofrer agressões dentro de casa
Jurados do 1º Tribunal do Júri de Belém, presidido pelo juiz Edmar Silva Pereira, votaram pela absolvição de Ivanilda Conrrado da Silva, 39 anos, à época com 27 anos, que respondeu por homicídio praticado contra seu então companheiro, o vendedor ambulante João Miguel, 28 anos.
O promotor de justiça José Rui de Almeida Barbosa, considerou que dadas as circunstâncias, o crime poderia ser eveitado pela mulher, que estava amparada por medida preteção. Ivanilda, entretanto, recebeu o homem dentro de casa. O promotor não sustentou a acusação.
A decisão acolheu a tese defensiva de que o crime ocorreu após o marido golpear e quebrar uma garrafa de cerveja na cabeça da mulher. Em seguida, com uma faca de cozinha que apanhou numa gaveta próxima, atingiu o agressor com um único golpe.
O defensor público Domingos Lopes Pereira manteve o entendimento da promotoria e acrescentou que a mulher era dependente financeira do homem, que ajudava no sustento do filhos, e que agiu em legitima defesa própria.
Depoimentos de testemunhas relataram que o casal viveu por cinco anos uma vida conturbada e que as agressões à companheira eram frequentes. Os filhos do casal tinham que se esconder embaixo da cama para não apanhar do vendedor ambulante. Entre os depoentes, dois filhos do casal compareceram e declararam que a lembrança que ficou do pai foi das surras que recebiam e das agressões à mãe.
O crime ocorreu no começo da madrugada do dia 30/06/2008, no interior da casa onde o casal vivia, localizada na Passagem Santa Rita, Rua Engelhard, Bairro Bengui.