Sérgio Duboc, que adoeceu, será interrogado dia 31 de agosto
A Justiça, através da 9ª. Vara Penal, interrogou, nesta segunda-feira, 29, três dos denunciados que respondem por crimes de peculato, fraude em licitação e formação de quadrinha, crimes praticados no período de 2005 a 2006, na Assembléia Legislativa do Estado.
Rasana Irene Barleta e Sandro Rogério, funcionários da Casa de Leis há mais de 30 anos, alegaram inocência. Outro acusado, Josimar Pereira Gomes, empresário, cunhado de Daura Hage, também foi interrogado e disse que não sabia sobre o impedimento legal de participar de processo licitatório por ser parente de integrantes da Comissão de Licitação. A audiência foi presidida pela juíza Heloiza Gato, com a participação da promotora de justiça Ana Claudia Pinho e advogados dos denunciados.
Sérgio Duboc, que seria interrogado hoje, teve o interrogatório adiado para dia 31 de agosto. O acusado apresentou laudo médico, por meio de seu advogado, Osvaldo Serrão, atestando ter se submetido a cirurgia de urgência devido a uma “diverticulite perfurada”. Outra acusada, Daura Hage, será interrogada por um juiz da Comarca de Recife, por carta precatória. Ela alegou que está acompanhando a filha com problemas de saúde.
Também responde pelos crimes José Carlos Rodrigues de Souza, empresário e ex-marido de Daura Irene Hage. O acusado foi considerado revel no processo por não comparecer aos atos da Justiça. O acusado mudou de endereço e não informa sua nova localização. A juíza nomeou um defensor público do Estado para atuar em sua defesa.
A primeira interrogada foi Rasana Cristina Barleta de Castro, 51 anos, funcionária da Alepa desde 1984. A denunciada disse ser pós-graduada em Contabilidade e que trabalhava há cerca de 30 anos como técnica legislativa da Alepa. Barleta disse que presidiu uma comissão de controle interno e desde que entrou na casa sempre trabalhou no setor administrativo. A acusada afirmou que nunca participou de licitação ou teve a acesso ou ingerência sobre os processos.
“Depois que o presidente (à época, Mario Couto) homologa o processo de licitação, segue para o financeiro para providenciar a Nota de Empenho, prevendo se tem ou não verba na casa”, explicou a servidora contábil da Alepa. No final do interrogatório, a denunciada, acompanhada do advogado Osvaldo Serrão, habilitado em sua defesa e na de Sergio Duboc, se declarou inocente.
Sandro Rogério Nogueira de Souza Matos informou que trabalha há mais de 30 anos na Alepa e que no período de 2005 e 2006 participou como membro da Comissão de Licitação presidida por Dirceu Pinto Marques, já falecido. O funcionário técnico da Alepa disse ter formação em engenharia e que fora membro da comissão de obras da Casa. Ele declarou que não estava presente em todos os procedimentos licitatórios, mas que assinava a todo por ser membro da comissão. Ele confirmou a realização das obras de engenharia realizadas na Alepa pelas empresas, contradizendo depoimentos prestados por quatro empresários que afirmaram que naquele período não realizaram nenhum obra e nem foram chamados a participar de licitação. Os depoentes disseram que as propostas das suas respectivas empresas e assinaturas são falsificações.