Júri durou mais de cinco horas, no Fórum Criminal de Belém
Jurados do 1º Tribunal do Júri de Belém, presidido pelo juiz Edmar da Silva Pereira, votaram pela absolvição do cabelereiro Mácio Costa Santos, 33 anos, réu que confessou a autoria do homicídio praticado contra o traficante de drogas Jardel Gomes da Silva Souza, 32 anos.
O promotor de justiça do júri, José Rui de Almeida Barbosa, sustentou acusação de que o réu cometeu homicídio qualificado por não ter dado chance de defesa à vítima, mas a tese não foi acolhida pelos jurados.
Por maioria dos votos, os jurados acolheram a tese apresentada pelo advogado Fernando José Souza Segato Barboza, de ter o réu agido em legitima defesa ou, ainda, por inexigibilidade de conduta diversa.
O argumento da defesa foi o de que o cabelereiro vinha sofrendo ameaças e, ao ver o desafeto, temeu por sua vida e atingiu a vítima com um único disparo de arma de fogo. O advogado argumentou que o réu sofreu um atentado na cidade de Macapá, a mando de Jarde, que naquela ocasião estava na cadeia. Ele teria mandado um indivíduo invadir o salão onde trabalhava Mácio, que só não foi morto por ter se escondido e se retirado do salão.
Duas testemunhas prestaram declarações no júri, uma delas, o policial que prendeu o réu em flagrante delito, minutos após o ocorrido. O segundo depoente foi o mototaxista que conduzia o réu ao ser interceptado por uma viatura da Policia Militar.
O mototaxista informou que tinha acabado de conhecer o passageiro. Ao serem abordados por uma viatura da Policia Militar, o passageiro disse que estavam procurando por ele por ter acabado de matar de uma pessoa que estava lhe ameaçando em sua cidade. Na revista de ambos pela PM foi encontrada a arma usada no crime, na mochila de Macio Santos, que foi preso em flagrante e confessou o crime.
Em interrogatório prestado no júri, o réu contou que não sabia que o traficante estava no mesmo barco, quando ambos vinham de Macapá/AP. O réu estava fugindo da vítima. Ao ver o traficante com a mulher e a filha do casal, acreditava que estivesse lhe seguindo. O cabelereiro pensou que a mulher com a filha estavam com o traficante sob ameaça.
À polícia, a ex-companheira da vítima contou que tinha uma vida conturbada com a vítima, que vivia do tráfico de drogas, na cidade Macapá. Quando este foi preso, a mulher aproveitou e terminou o relacionamento.
Na ocasião, a jovem começou a namorar com o cabelereiro, tendo durado cerca de sete meses, mas, ao sair da cadeia, Jardel passou a ameaçar o cabelereiro, chegando a mandar um pistoleiro no salão onde trabalhava, e só escapou por ter fugido do loca. Ele também, segundo ele, comprou uma arma para se defender. As informações foram checadas pela Polícia de Belém junto à Polícia de Macapá.
Para escapar das ameaças, o cabeleireiro resolveu vir para Belém sem saber que o desafeto estava no mesmo barco vindo para Belém e que seguiria para Tucurui, onde a mulher tem parentes.
O crime ocorreu por volta das 08h do 13/ de janeiro de 2018, em frente ao terminal hidroviário do Porto de Belém, Bairro do Reduto. Jardel foi atingido com um único tiro no rosto. No momento do crime, muitas pessoas passavam pelo local, que serve para embarque e desembarque de passageiros.