Tratar a escravidão no trabalho nos dias atuais, utilizando como base de pesquisa a população amazônica, é a proposta do livro lançado nesta quarta-feira, 13, pelo juiz Elder Lisboa Ferreira da Costa. Intitulado “Escravidão no Trabalho – Os pilares da OIT e o discurso internacional”, a obra questiona se há escravos no Brasil. O lançamento da publicação reuniu no Salão Nobre do prédio-sede do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) magistrados, advogados, professores, operadores do Direito, além de familiares e amigos do juiz, que é professor, PHD pela Universidade da Salamanca, na Espanha.
O livro aborda o processo de desigualdade no Pará como precursora do Direito, a política dos direitos humanos dentro da Amazônia, o reflexo de discurso dos Direitos Humanos no Brasil, a política da escravidão no Brasil, as principais características da escravidão no mundo de hoje, o Estado brasileiro e a política de combate ao trabalho escravo, e o papel da opinião pública na percepção da escravidão e a luta para a sua erradicação.
“Sou um admirador do Elder Lisboa pelo seu aprumo intelectual. Por isso, não fica difícil falar. Eu me abalanço a dizer alguma coisa porque quando a gente fala do coração, com amizade e solidariedade, não é difícil. Produzir uma obra intelectual subjetivando num livro é um esforço significativo de todo aquele que se dedica à atividade de pesquisa e que quer dividir de forma perene o que conhece. Um livro tem vida própria. O livro se desgarra do autor. A percepção que o autor tem quando redige o livro não é a mesma daqueles que o leem. Essas pessoas é que dão vida à intelectualidade que o autor externou ao redigir a obra”, destacou o desembargador Milton Nobre, que fez questão de prestigiar o juiz Elder Lisboa através de discurso durante a solenidade de lançamento da obra.
O presidente da Academia Paraense de Letras (APL), Antônio José Mattos, também elogiou o trabalho de Elder Lisboa, que recentemente foi eleito membro da APL. “Eu já conheço essa magnífica obra, pois eu tive a honra de ser o relator do curso de pós-graduação em Direito do Elder, para reconhecimento da validade do diploma de Doutor para a Universidade Federal do Pará (UFPA). A obra é muito valiosa. Não serve apenas para a Amazônia ou para o Brasil, mas sim para todo o mundo, já que se trata de um paradigma da contemporaneidade que são os direitos humanos. Infelizmente a nossa realidade grotesca é um grande laboratório dos direitos humano, diante de tantas mazelas e violações”, ressaltou.
Emocionado, Elder Lisboa declarou que estava muito feliz em estar lançando o seu 15º livro. “Ele, para mim, tem um significado muito grande porque foi atualizado para essa versão comercial numa situação muito complicada na minha vida pessoal, de saúde. Esse livro traz uma atualização da minha tese de doutorado sobre trabalho escravo no sul e sudeste no Pará. Foi uma tese premiada. Enfim, o livro fala por si só”, explicou o magistrado.