Teatro, vídeo e poemas expressam a rejeição à desigualdade
Os alunos do 8º e 9º anos da Escola Estadual de Ensino Médio e Fundamental Placídia Cardoso, do Jurunas, foram as principais vozes a denunciar a violência contra a mulher nesta terça-feira, 19, na culminância dos “16 dias de ativismo” contra a violência de gênero no País, com uma manhã de poemas, vídeo e uma representação teatral, tudo organizado por eles, com a ajuda de professores, e mostrado no auditório Wilson Marques, do Fórum Criminal, para uma plateia de educadores, magistrados, técnicos das equipes multidisciplinares das Varas de Violência Doméstica e outros jovens.
A atividade foi organizada pela equipe técnica do projeto “Judiciário na Escola”, uma parceria entre o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), por meio da Coordenadoria Estadual de Mulheres em Situação de Violência Doméstica (Cevid), e da Secretaria Estadual de Educação, via Coordenadoria de Ações Educacionais Complementares (Seduc/Ceac).
Coordenadora estadual de mulheres em situação de violência doméstica e familiar, a desembargadora Diracy Alves Nunes saudou os estudantes em nome do Tribunal de Justiça do Pará e disse que eles têm um papel fundamental na formação de uma consciência que rejeite de forma intransigente todas as formas de violência, especialmente contra as mulheres.
IGUALDADE
Secretário adjunto de ensino, o professor José Roberto da Silva Alves representou a secretária de Educação, Ana Cláudia Hage, e disse que a Seduc está empenhada em assegurar que a parceria com o Judiciário possa contribuir para criar uma cultura na qual a igualdade de gêneros seja uma realidade e não haja mais espaço para a violência contra a mulher.
Diretor do Fórum Criminal, o juiz Raimundo Moisés Alves Flexa disse aos estudantes que as situações de violência contra a mulher têm crescido de forma vertiginosa nos últimos anos e que eles devem contribuir para reverter esse quadro, agindo como agentes multiplicadores de atitudes que afirmem o respeito e a cultura de paz entre homens e mulheres.
Os estudantes apresentaram um vídeo produzido por eles, a partir do tema da campanha “16 dias de ativismo”, com foco nas mulheres negras, que, no Brasil, segundo a Unesco, tem duas vezes mais chances de morrer de forma violenta do que as mulheres brancas. A estudantes Ana Camille leu os poemas “Mulher negra” e “Sou Mulher”, escritos, respectivamente, por Marcela Carvalho e Fabi Alves, nos quais são tratadas questões como padrão de beleza, discriminação e pobreza.
ENCENAÇÃO
Ao final, os estudantes encenaram um texto produzido por eles mostrando como se dá a violência contra as mulheres no âmbito das famílias e como isso se reproduz a partir de uma cultura que consagra o predomínio e o privilégio dos homens em relação às mulheres.
As pedagogas Riane Freitas e Aline Santos, do TJPA, apresentaram uma série de slides mostrando o trabalho feito a partir de setembro, após a assinatura do acordo de cooperação técnica com a Segup, em cinco escolas das 12 escolhidas para iniciar o projeto. A partir do ano que vem, elas vão participar do planejamento pedagógico com os professores da Seduc para trabalhar o tema da violência doméstica contra a mulher nas demais escolas.
A novidade é que um aditivo ao termo estabelece que o projeto vai ser levado também a Marabá, no sudeste do Estado, em 2018.
Também estiveram presentes ao evento as juízas Reijjane Oliveira, titular da 1ª Vara criminal distrital de Icoaraci e juíza auxiliar da Cevid, e Rubilene Silva Rosário, titular da 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; os juízes Maurício Ponte Ferreira de Souza, titular da 2ª Vara de Violência Doméstica e Familiar, e Otávio dos Santos Albuquerque, titular da 3ª Vara de Violência Doméstica e Familiar; da Seduc esteve também Rosemary Nogueira, coordenadora de assuntos educacionais e complementares (Caec), e Rosângela Gomes Machado, técnica da Caec.