Vítima tentou impedir a ré de agredir rival
Jurados do 4º Tribunal do Júri de Belém, presidido pelo juiz Cláudio Henrique Rendeiro, votaram pela condenação de Erika Santos da Silva, 28 anos, acusada de matar com seis facadas Márcia Cristina Andrade Barbosa, 18 anos. A vítima era estudante do ensino médio, em escola pública do turno da noite, e vendia comida em barraca de praia nos fins de semana. Por maioria dos votos os jurados acataram a acusação contra a ré de ter cometido homicídio simples, sustentada pelo promotor de justiça José Edvaldo Pereira Sales.
A defesa da ré, promovida pelo advogado Dorivaldo de Almeida Belém, sustentou inicialmente que a ré agiu em legítima defesa própria. O advogado apresentou as teses alternativas de desclassificação de homicídio para lesão corporal seguida de morte e, ainda, de que a ré agiu após sofrer injusta provocação da vítima, para obter uma pena menor, sendo todas rejeitas pelo corpo de jurados.
A pena aplicada à ré de 07 anos de reclusão será cumprida em regime inicial semi aberto, no Centro de Recuperação Feminino, localizado na Região Metropolitana de Belém. Na sentença, o juiz aplicou a detração da pena e reduziu os 4 meses e 25 dias que a acusada ficou presa, restando 6 anos 11 meses para cumprir.
Em interrogatório, a ré confessou que atingiu a vítima, mas não soube informar com quantas facada. A ré alegou, na sua auto defesa, que a vítima vinha lhe ameaçando de morte e que no dia do crime estava armada, e tentou se defender ao ser atacada pela vítima.
O crime ocorreu por volta das 3h, do dia 27/02/2011, próximo à residência da vítima, em Carananduba, Ilha de Mosqueiro, Distrito de Belém, em frente a um clube onde estava ocorrendo uma festa de aparelhagem. Conforme a acusação, a ré ao encontrar com a vítima, amiga de sua rival, saiu da festa com o então namorado Alexandre Modesto Soares, conhecido por Xandoca, tendo este apanhado uma faca e entregue à namorada, retornando ambos para a festa, local onde a amiga da rival estava.
A promotoria relata que o casal retornou à festa na bicicleta de Xandoca e Erika, armada, desferiu seis facadas em várias partes do corpo, uma delas, na região mamaria, perfurando coração e pulmão da vítima. A jovem foi levada a um posto de saúde a poucos metros de onde ocorreu o crime, mas, já estava em óbito, conforme laudo de necropsia.
Informações das testemunhas ouvidas na instrução do processo e no júri, relataram que a desavença com vítima foi gerada poque a vítima interferiu, num episódio anterior, numa briga entre Erika e Josielma Deduque Coelho, colega da vítima. A estudante tem um bebê especial cujo pai é o mesmo dos dois filhos da ré, de prenome Rogério. À época, a criança tinha menos de um ano e sempre que a ré os encontrava costumava zombar e ofender a criança, além de tentar agredir a mãe da criança, de estatura pequena e franzina.