O monitoramento começou a ser feito no Pará em 2014, pelo Núcleo Gestor de Monitoração da Susipe
O uso da tornozeleira eletrônica no Brasil é algo relativamente novo e tem sido alvo de atenção especialmente após as prisões da Operação Lava Jato. O monitoramento só passou a ser previsto em lei a partir de 2010 e muitos ainda desconhecem como o equipamento funciona.
O dispositivo foi criado com o objetivo de reduzir a superlotação nos centros de detenção de todo o Brasil e, no Pará, o monitoramento começou a ser feito em 2014, pelo Núcleo Gestor de Monitoração (NGME) da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe), com o apoio do Centro Integrado de Operações (Ciop).
Atualmente, o Estado possui 1325 presos utilizando as tornozeleiras eletrônicas, sendo 1152 homens e 173 mulheres. Os presos são acompanhados 24 horas. O equipamento possui um chip que transmite em tempo real a localização do monitorado através de sinal GPS por satélite e envia os dados para a central do NGME, que funciona dentro do Ciop.
O NGME conta com 33 agentes penitenciários que são responsáveis pelo acompanhamento de todos os detentos que utilizam a tornozeleira. Dentro do Ciop também há dois agentes responsáveis especificamente por esta tarefa.
A tornozeleira é feita de material acrílico e pesa em média 128 gramas. É um pouco mais grossa do que um celular, porém bem menor. É resistente a poeira e água, o que permite ao monitorado até entrar em uma piscina sem sair do radar. De acordo com Robervaldo Araújo, diretor do Núcleo Gestor, se o preso tentar danificar o equipamento, o sinal de fibra ótica que passa por dentro da tornozeleira será interrompido, alertando imediatamente a central de monitoramento.
O uso das tornozeleiras é autorizado por decisão judicial a presos sentenciados no regime aberto, presos que estejam em audiência de custódia, em prisão domiciliar por motivos de saúde, presos em regime fechado que estão estudando e precisam fazer provas presenciais na instituição de ensino, além de presos que recebem o benefício da saída temporária em datas comemorativas.