Familiares da vítima e da ré acompanharam todo o Júri
Jurados do 3º Tribunal do Júri de Belém, presidido pela juíza Ângela Alice Alves Tuma, absolveram nesta segunda-feira, 12, Gleice de Oliveira Nunes, de 29 anos, estudante universitária, que respondia por homicídio simples praticado contra Eduardo Max Silva da Silva, de 30 anos, com quem vivia há mais de 10 anos.
O promotor de justiça Edson Souza sustentou a acusação contra a ré de ser autora de homicídio simples. A promotoria atuou em conjunto com a advogada Ivanilda Pontes, assistente de acusação, habilitada pelos familiares da vítima.
Em defesa da ré atuaram os advogados Paulo Bona e Lorena Brito Amoras. Ambos sustentaram a tese de que a ré não tinha intenção de matar o companheiro, pai de sua filha, e que atirou no campanheiro para se defender. Nos argumentos da defesa, a mulher era vítima de violência doméstica e não denunciava o marido por não ter condições de se sustentar e sustentar a filha. O casal morava numa residência juntamente com familiares da vítima.
Entre as testemunhas que compareceram para depor, Emanuel Alves da Silva Junior, irmão da vítima, que morava na mesma residência que o casal e seus pais. O depoente afirmou ter presenciado uma discussão entre Gelice e Eduardo e, que após a ré efetuar o disparo contra a vítima, fugiu do local em seguida. O depoente afirmou, ainda, que seu irmão não possuía arma e nunca tinha visto arma em casa.
Em interrogatório prestado no júri, a ré alegou que não lembrava o momento do disparo e se teria sido a autora do disparo que atingiu o companheiro, disse ainda que a arma era da vítima. A mulher relatou que vivia muito bem com Eduardo Silva até este passar a consumir e vender drogas. Segundo ela, além do companheiro manter relacionamentos extraconjugais, a relação do casal piorou após a morte da mãe dele. Ela disse que estava disposta a abandoná-lo assim que concluísse sua graduação e garantisse um meio de sustentar sua filha.
O assassinato aconteceu por volta das 10h da manhã na residência onde o casal vivia, localizada no Conjunto Satélite, no bairro do Coqueiro, em Belém. A vítima tinha passado três dias longe de casa, e, ao chegar, tomou banho e se preparava para sair novamente, o que motivou a discussão entre o casal. O laudo comprovou que Eduardo Silva tinha consumido substância entorpecente antes do óbito.