Jurados reconheceram que o crime foi cometido sob forte emoção
Jurados do 3º Tribunal do Júri de Belém, sob a presidência da juíza Ângela Alves Tuma, votaram no começo da tarde desta quarta-feira, 30, pela condenação de José Nazareno Teixeira de Lacerda, réu que confessou ter matado a facadas o tio dele, Lúcio Mauro Teixeira de Lacerda. Por maioria dos votos foi acatada a acusação da promotora de justiça Rosana Cordovil. Também por maioria dos votos, os jurados acolheram a tese do defensor público Rafael Sarges, de que o réu cometeu homicídio privilegiado, sob forte emoção, para efeito de diminuição de pena. Com base na decisão dos jurados o juiz fixou a pena em seis anos de reclusão em regime inicial semi-aberto. Por ter respondido o processo em liberdade, o réu permanecerá solto até se esgotar o prazo para recorrer da condenação.
O crime ocorreu no começo da noite do dia 20 de fevereiro de 2006, na passagem Maria, na Roberto Camelier, Jurunas. Conforme peça acusatória, a vítima foi atingida pelas costas com 14 golpes de faca desferidos pelo réu. Conforme depoimentos que constam no processo, a vítima fora até a casa da irmã, que administrava a pensão da mãe de ambos. Havia uma festa na casa ao lado e, como a vítima era contumaz em brigar com a irmã quando estava allcoolizado, ela pediu que ele se retirasse. Já saindo do local foi atacado a faca pelo sobrinho, que em seguida fugiu do local. A vítima foi socorrida e levada para o Pronto Socorro do Guamá, pelos amigos vizinhos, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
A primeira testemunha ouvida foi o vizinho que assistiu ao crime. Ele disse que a vítima, quando bebia, acava brigando com a irmã e ele resolveu acompanhá-lo até a saída da vila. Foi quando Nazareno surgiu e desferiu pelas costas as facadas, 14 no total. Ele disse que pensou que fossem socos e não viu a faca. Só após a vítima cair no solo, percebeu que fora esfaqueado. A testemunha presencial também informou que todos os vizinhos correram para socorrer, mas a vítima chegou ao hospital já sem vida.
Outra testemunha ouvida no júri foi a viúva de Lúcio Mauro. Estela disse que o marido tinha conflitos com a irmã, que administrava a pensão recebida pela mãe dos dois. Segundo a viúva, a vítima acusava a irmã de não comprar alimentos e medicação para a idosa. Estela disse que viveu por 12 anos com Lúcio Mauro, com quem teve três crianças, à época com 7, 8 e 10 anos, e para ciar os filhos passou a trabalhar como empregada doméstica.
Em interrogatório, o réu alegou que a vítima costumava fazer quebra-quebra na casa da mãe e que desferiu as facadas porque, antes, o tio ofendera sua mãe e o agredira.