Daura Hage, chefe de gabinete, será interrogada por juiz de Recife
Interrogado pela 9ª Vara Criminal de Belém, nesta segunda-feira, 31, Sérgio Duboc Moreira, ex-diretor financeiro da Assembléia Legislativa, negou participação em esquema para desviar dinheiro da Casa Legislativa, entre os anos de 2005 a 2006. Acompanhado do advogado Osvaldo Serrão, o ex-servidor compareceu ao fórum criminal para ser interrogado no processo em que é acusado por crime de peculato, fraude em licitação e formação de quadrilha. Daura Hage, então chefe de gabinete do presidente da Casa, deputado Mário Couto, que se encontra em Recife (PE), será interrogada pela justiça pernambucana através de carta precatória, em data a ser informada.
A audiência durou cerca de quatro horas, sob a presidência do juiz titular da vara Marcus Allen de Mello Gomes. A promotora de justiça Ana Claudia Pinho, no final da audiência, disse que interrogatórios não são instrumentos para produção de provas, e sim de defesa. Ela explicou que assim que tiver o ultimo depoimento restante, o de Daura Haja, deverá cotejar todas as provas (documentais e testemunhais) do processo e apresentar suas últimas alegações. “Temos clareza que houve fraude em processos licitatóiro e precisamos ver a participação de cada acusado nessa fraude”, disse a promotora.
O primeiro interrogado na audiência de hoje foi o empresário José Carlos Rodrigues de Souza, ex-marido de Daura Hage, com quem viveu uma relação estável de 11 anos. Ele também negou participar de esquema para desviar dinheiro público e que só teria ido à Alepa uma única vez para levar documentos de sua empresa ao gabinete do deputado Faisal Salmen, para que este enviasse ao município de Parauapebas, pois havia sido convidado para prestar serviços de transportes numa Kombi, de sua propriedade, ao prefeito daquela cidade. O veículo seria para transportar pessoas atendidas pelo programa de saúde fora do domicilio, no caso, na cidade de Belém.
José Carlos disse que fez alterações no nome de sua empresa, inicialmente J.C Rodrigues, por precisar expandir as atividades para o ramo de alimentos e mudou para Tropic, uma vez que adquiriu um sítio e faria fabricação mecanizada da fécula de mandioca. O acusado alegou que teve o nome de sua empresa “criminosamente usado”, por fraudadores e negou que suas empresas tenham participado de licitações na Alepa.
Rasana Irene Barleta e Sandro Rogério, funcionários da Alepa, foram interrogados na audiência do dia 29 de junho e se declararam inocentes. Outro acusado, Josimar Pereira Gomes, empresário, cunhado de Daura Hage, também foi interrogado e disse que não sabia sobre impedimento legal em participar de processo licitatório por ser parente de integrantes da Comissão de Licitação.
Técnica legislativa da Alepa há 30 anos, Rosana Barleta disse que presidiu a comissão de controle interno e desde que entrou na casa sempre trabalhou no setor administrativo, mas, afirmou que nunca participou de licitação ou teve a acesso aos processos licitatórios ou ingerência sobre eles.
Em interrogatório prestado dia 29 de junho passado, Sandro Rogério também se declarou inocente e alegou que chefiava o setor de obras e não costumava verificar se as obras tinham sido executadas.