Jornalistas agredidos durante movimento também foram ouvidos
O juiz Elder Lisboa, que responde pela vara da Justiça Militar, ouviu nesta segunda-feira, 23, quatro testemunhas de acusação do processo que apura responsabilidade criminal em suposto crime cometido por 41 policias militares do 6º Batalhão. Participam da audiência, além do juiz presidente do processo, o promotor militar Armando Brasil e os advogados dos acusados. As decisões são submetidas ao julgamento do Conselho Militar, formado por oficiais militares que atuam como juízes militares.
As primeiras testemunhas ouvidas hoje, dois militares, confirmaram as declarações prestadas na fase de inquérito dando conta de como iniciou o movimento e quais PMs teriam liderado a manifestação reivindicatória, quando os praças se negaram a assumir as tarefas de rotina da Policia Militar do Estado.
O repórter Márcio Rebelo Lins e o câmera de TV Jairo Francisco prestaram depoimentos individualmente. O primeiro foi ouvido como vítima. Ele foi agredido quando fazia a cobertura jornalística do movimento dos PMs no Estado. Segundo relato do jornalista, eles teriam sido hostilizados, mas tentou conversar sobre a manifestação quando um manifestante sem farda usou o capacete de motocicleta para atingi-lo na cabeça. O repórter informou que ficou impossibilitado para o trabalho por cinco dias.
A vítima reconheceu o sargento Valcir como o autor dessas agressões. O repórter disse que ao ser atingido ficou atordoado e logo após recebeu uma pancada na nuca, vindo do agressor que lhe deixou atordoado e desmaiado. Enquanto isso, outro tentou impedir o cinegrafista de fazer imagens, tentando arrancar a câmera das mãos dele. Os PMS agressores foram reconhecidos pelas imagens gravadas no momento do conflito. O repórter também informou que fora socorrido por outros dois PMs que também participavam do movimento.
Na próxima segunda-feira, o juiz vai ouvir mais outros dois depoentes, por terem sido citados por testemunhas já ouvidas. Depois, os advogados dos acusados deverão apresentar as testemunhas de defesa dentro do prazo de cinco dias e só depois é que serão submetidos a interrogatórios.
Em todo o Estado, o movimento dos PMS alcançou mais de 100 policiais militares em todo o Estado. Os processos estão chegando de Batalhões dos municípios polos que teriam aderido ao movimento por isonomia salarial. Eles foram denunciados por crime militar e terão que responder perante a Justiça Militar do Estado, sediada em Belém.