Vítima foi decapitada e esquartejada em um quarto de motel
O Juízo da 6ª Vara Criminal da Comarca de Ananindeua leva a júri popular nesta terça-feira, 27, os reús Savana Barbosa da Cruz e Raimundo Nonato Ferreira dos Santos, acusados do assassinato de Joelson Ramos dos Santos. A sessão de júri será presidida pelo juiz Márcio Campos Rebello, que atua como auxiliar junto à 6ª Vara, iniciará às 8h30, e ocorrerá no Salão do Tribunal do Júri do Fórum Desembargador Edgar Lassance Cunha, de Ananindeua, localizado na Rua Cláudio Sanders, 193, Centro. Os réus respondem por homicídio qualificado, furto qualificado, destruição, subtração e ocultação de cadáver. Joelson foi decapitado e esquartejado num quarto de motel em Ananindeua, município da Região Metropolitana de Belém
A previsão do juiz Márcio Rebello é de que o julgamento tenha duração de dois dias. Serão ouvidas em depoimento dez testemunhas, sendo cinco de acusação e cinco de defesa, além dos dois réus que serão interrogados. A segunda fase do julgamento está reservada para o debate entre Acusação e Defesa, com possível réplica e tréplica. Na Acusação atua o promotor de Justiça Daniel Barros. Já na defesa de Savana e Raimundo estão, respectivamente, os advogados César Ramos e Raimundo Cavalcante.
De acordo com os autos do processo, o crime ocorreu em julho de 2011. Os acusados se hospedaram num motel, em apartamentos distintos, tendo a ré atraído Joelson até o local. Quando a vítima chegou, Savana deu um sinal por telefone para Raimundo, que estava no quarto ao lado. O acusado, então, foi até lá e desferiu diversas facadas na vítima, decapitando-a e esquartejando-a. A vítima teve as falanges dos dedos cortadas e despejadas no vaso sanitário. Os restos mortais foram divididos em sacolas plásticas e despejados em locais distintos. Savana mantinha um relacionamento amoroso com a vítima e com Raimundo.
Na denúncia oferecida, o Ministério Público destacou ainda que, após o crime, os acusados seguiram para o terminal Rodoviário para comprar bilhetes de viagem, Após, Raimundo Nonato foi até casa da vítima para subtrair os bens que restavam, enquanto a ré efetuou saques da conta bancária de Joelson.
As investigações da Polícia Civil apontam que o crime foi planejado. Savana teria convencido a vítima a mudarem de cidade para abrir uma lanchonete em Macapá (AP). A vítima passou, então, a mandar objetos e eletrodomésticos para adiantar a suposta mudança. Quando Joelson conseguiu adquirir as passagens para mudar com a mulher de Estado, a ré e seu amante decidiram matá-lo para se apropriar dos bens da vítima.
Os acusados foram julgados e condenados pelo referido crime, em novembro de 2011, mas a defesa dos acusados recorreu da decisão, requerendo à Justiça a desclassificação do crime de latrocínio para homicídio qualificado em concurso material com os crimes de furto e ocultação de cadáver. Em janeiro de 2014, por decisão unânime, a 3ª Câmara Criminal Isolada deu parcial provimento ao recurso de apelação penal, desclassificando o crime para homicídio qualificado. Com a decisão, o julgamento de ambos (Savana e Raimundo foram condenados, cada, a 27 anos e oito meses de reclusão) foi anulado, e o processo encaminhado para a Vara do Tribunal do Júri de Ananindeua.