Sessão de júri encerrou a programação de julgamentos em 2014, na 2ª Vara
O Conselho de Sentença da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Belém reconheceu a culpabilidade do réu Eliton Barros Santos, no crime de homicídio contra Newton da Cunha Leal Júnior, e o condenou a 30 anos de reclusão, pena que será cumprida em regime inicialmente fechado. O acusado foi denunciado pelo Ministério Público por envolvimento na morte da vítima, ocorrida em abril de 2010. Além de Eliton, já foram julgados e condenados no processo Márcio Henrique do Carmo Avelar e Ulisses Lima dos Santos, que receberam, cada, pena de 30 anos de reclusão. O quarto acusado, Anderson Fabrício Silva dos Santos, teve decretada a extinção de punibilidade, uma vez que foi juntado ao processo uma certidão de óbito comprovando sua morte.
A sessão de julgamento de Eliton, presidida pelo juiz Raimundo Moisés Flexa, foi a última do período de 2014 da 2ª Vara. Os trabalhos iniciaram por volta das 8h, com o sorteio dos jurados e instalação da sessão. Foram ouvidas três testemunhas, sendo uma de acusação e duas de defesa. Na sequência, o réu foi interrogado, finalizando, assim, a primeira parte dos trabalhos. Acusação e defesa complementaram o ritual do júri popular com o debate, apresentando suas teses aos jurados.
O promotor de Justiça Rui Barbosa defendeu a tese de homicídio qualificado, mediante paga ou promessa de pagamento, e à traição, por emboscada, com recurso que tornou impossível a defesa da vítima. Já o defensor público Alex Noronha, apresentou a tese de cooperação dolosamente distinta por roubo, uma vez que ressaltou que o réu considerava que participaria de um roubo e não de um crime de homicídio. O defensor anunciou na sessão a interposição de recurso de apelação de sentença.
De acordo com os autos do processo, o crime ocorreu no bairro da Pedreira, na esquina da rua Visconde de Inhaúma com a travessa Barão do Rio Branco. Newton estava junto de Ulisses, que era seu sócio no bar Garota da Braz, quando ambos teriam sido surpreendidos por dois supostos assaltantes. Ulisses teria corrido para o outro lado da rua, deixando Newton, que foi levado pelos dois homens em seu próprio carro. O veículo foi encontrado no mesmo dia, no bairro de Val de Cans, com o corpo do empresário. Ele foi alvejado com disparos na cabeça.