Ação da 8ª Vara de Ananindeua foi no sábado, no shopping Castanheira
O programa “Conta Comigo”, de apadrinhamento para crianças e adolescentes acolhidas em abrigos, promoveu no último sábado, no shopping Castanheira, uma programação para estimular as pessoas de boa vontade a aderir à solidariedade e possibilitar a essas crianças e jovens afeto, convivência comunitária e perspectivas de futuro após o acolhimento.
Houve ao todo dez inscrições, duas na modalidade material, duas na afetiva e sete em prestação de serviços. Um dos padrinhos se inscreveu em duas modalidades de apadrinhamento. Desde que o programa foi lançado, em abril deste ano, em Belém, a 8ª Vara Cível de Ananindeua promoveu ação em maio, restrita ao Fórum do município, e em agosto dirigida especificamente aos empresários. Nesse período houve a efetivação de sete apadrinhamentos.
A ação do último sábado foi coordenada pelos técnicos da 8ª Vara de Infância e Juventude de Ananindeua, cujo titular é o juiz Sérgio Ricardo Lima da Costa. Ele esteve no shopping e ressaltou que é apenas o início de uma série de iniciativas para envolver a sociedade em ações que assegurem a crianças e jovens que perderam o vínculo com a família ajuda para superar barreiras emocionais e materiais.
O juiz disse que ficou satisfeito com os cadastros de padrinhos e madrinhas feitos durante a ação. “Isso é muito bom, porque as pessoas estão fazendo cadastro inclusive para padrinhos afetivos, que é o que mais essas crianças precisam, que é de carinho, de afeto, de amor, que foi o que faltou na família de origem”.
Lisângela Barros conheceu o programa durante a ação no shopping e procurou o estande para inscrever-se e participar. “Não é só uma obrigação, é um ato de amor que todo ser humano deveria ter; se a gente recebe de graça o que Deus nos dá, por que não dar de graça a quem não teve oportunidade de ter um lar, uma mãe, um pai, a quem não teve oportunidade ainda de ter uma casa, uma boa escola?”
A advogada Gabrielle Chaves soube do “Conta Comigo” pelo jornal e foi ao Castanheira no último sábado especialmente para aderir ao programa como madrinha afetiva e também como voluntária para a prestação de serviços. “Eu li a reportagem no jornal, uma amiga minha foi entrevistada e ela me inspirou a participar. Fui pesquisar sobre o programa, achei muito interessante, resolvi vir aqui e me inscrevi”, disse ela.
Além dos técnicos da 8ª Vara de Infância e Juventude de Ananindeua, participaram também da ação servidores da 3ª Vara Cível de Icoaraci e as coordenadoras dos abrigos de crianças e adolescentes de Ananindeua, Ana Miranda e Nadir Ferreira, respectivamente.
Nadir explicou as dificuldades enfrentadas pelos adolescentes acolhidos no município, sobretudo no que se refere às perspectivas futuras após a saída da instituição, quando eles atingem a idade limite de 18 anos. “Nós recebemos alguns adolescentes já com 17, próximo dos 18 anos, e o apadrinhamento material abre essa chance de um curso profissional que a família ou o abrigo não podem assegurar. São sonhos que o apadrinhamento solidário pode proporcionar”.
Para Ana Miranda, o programa é uma oportunidade valiosa de preencher as necessidades de afeto de crianças que perderam completamente os laços familiares e enfrentam os problemas provocados pela institucionalização. “O apadrinhamento afetivo abre a possibilidade de ela conviver com outras pessoas, no espaço comunitário e não apenas na instituição; um padrinho é aquela referência afetiva que falta a elas”, diz Ana.
COMO PARTICIPAR?
Você pode ser padrinho ou madrinha
De crianças ou adolescentes de 7 a 18 anos de idade ou, ainda, de crianças ou adolescentes que estão na mesma faixa etária, mas que têm alguma deficiência ou doença crônica.
Padrinho ou Madrinha Afetivo
Mantém uma ligação de afeto com crianças e adolescentes, compartilhando com eles atenção e carinho. Além disso, os padrinhos podem também levá-los para passear, passar fins de semana na sua casa ou em outros lazeres. O padrinho pode ainda orientá-los, cuidando da saúde, dos estudos e outras formações.
Padrinho ou Madrinha Material
Auxilia no que for necessário as crianças e adolescentes, com doações, recursos materiais, quantias em dinheiro e outros serviços que auxiliem na educação e no desenvolvimento social deles. A contribuição pode ser feita para os familiares ou à instituição que os acolhe.
Prestação de Serviço Voluntário
Ajuda com prestação de serviço dentro da sua profissão. A prestação de serviços pode ser para a criança ou o adolescente ainda acolhido ou que já retornou ao convívio familiar.
Padrinho ou Madrinha Empresarial
É o apadrinhamento feito por empresas que contribuem com doações financeiras ou serviços para crianças, adolescentes e familiares, como por exemplo, cursos profissionalizantes, curso de línguas estrangeiras, esportes reformas residenciais ou da instituição de acolhimento.
Contatos:
Tribunal de Justiça do Pará (www.tjpa.jus.br/ceij)
1ª Vara da Infância e da Juventude da Capital - (91) 3110-7433 ou 3110-7432
8ª Vara Cível de Ananindeua (91) 3201-4917
3ª Vara Cível de Icoaraci - (91) 3215-3621
1ª Vara Cível e Infância e Juventude de Marituba (91) 3299-8810.