Adiamento foi requerido pela Promotoria Criminal e advogados
O júri de envolvidos na morte do ex-deputado estadual José Nassar Neto, que ocorreria no próximo dia 9 de outubro, foi retirado de pauta e deve ocorrer em 2015. Da mesma forma, o júri da viúva do parlamentar Márcia Nassar, que responde como mandante do crime, previsto para 27 de novembro, também foi transferido para a pauta do primeiro período do próximo ano. A decisão proferida nesta quarta-feira pela juíza Ângela Alice Alves Tuma, presidente do 3º Tribunal do Júri de Belém, onde tramita o processo, acolheu os pedidos dos advogados Americo Leal, que defende Francisco Dias Cardoso, acusado de participação no crime, e pelo representante da 3ª Promotoria Criminal, Rosana Cordovil.
No último dia 9 foram julgados Benardino Colares Nunes, conhecido por Edson ou Nadinho e Daniel da Silva Pantoja, conhecido por Velho, acusado de serem os matadores do ex-deputado. Por maioria dos votos Daniel Pantoja foi absolvido por falta de provas, enquanto Bernardino Nunes foi condenado por maioria dos votos do Conselho de Sentença do 3º Tribunal do Júri de Belém. A pena foi de 20 anos e dez meses de prisão que será cumprida em regime inicial fechado. Na sentença, a juíza decretou a prisão do condenado que respondia o processo em liberdade.
O terceiro acusado, Francisco Dias Cardoso, que seria julgado na última sessão, teve o júri desmembrado a pedido do advogado Américo Leal, devendo ser julgado no primeiro período do próximo ano. Também será julgado Manoel do Socorro de Melo Barreto, conhecido como Ripa e, ainda, a viúva do ex-parlamentar Márcia Nassar.
Conforme a acusação, a motivação do crime teria sido interesse financeiro e patrimonial da viúva do ex-parlamentar, que contou com a participação de Manoel Barreto, suposto amante da mulher.
O ex-deputado foi morto em sua residência, no dia 30 de maio de 1997, por volta das 8h. Dois indivíduos invadiram a casa da vítima, no Conjunto Maguari, e após dominarem o caseiro, efetuaram dois tiros de arma de fogo, atingindo a cabeça da vítima.
A polícia apurou que os executores, após matarem a vítima, fugiram num veiculo VW Pointer, branco, que estava na casa da vítima, abandonando-o na Rodovia Augusto Monte Negro, a poucos quilômetros do local do crime. Os dois executores, Bernardino e F.D.C, foram presos logo após e confessaram o crime. A versão deles é que o crime teria sido encomendado pela mulher da vítima Márcia da Silva Nassar e seu amante, Manoel do Socorro de Melo Barreto. Informações de depoentes dão conta que a viúva pagaria R$ 3.000. Esse valor depois foi alterado e a informação é de que o casal pagaria no total R$ 8.000, dinheiro que a mulher levantou com a venda de um automóvel que possuía, adquirido com os recursos do ex-parlamentar.