Pena é de mais de 11 anos, mas réu recorrerá em liberdade
Depois de quase dez horas de júri, o ex-policial Darlan Carlos Silva Barros foi condenado, nesta quinta-feira, 25, a 11 anos, dez meses e seis dias de reclusão, por tentativa de homicídio contra Jhonny Higson Miranda da Silva, que tinha 12 anos à época do crime. O Conselho de Sentença da 3ª Vara de Belém foi presidido pela juíza Ângela Alves Tuma.
O réu, que respondia o processo em liberdade, continuará nessa condição para recorrer da sentença condenatória.
Na acusação atuou o promotor de justiça Franklin Lobato em conjunto com o advogado Walmir Brelaz, como assistente de acusação. O advogado, que atua na área de Direitos Humanos, acompanha o caso desde a época do crime. Ele conseguiu obrigar o Estado a custear tratamento e despesas com medicação da vítima, que ficou paraplégico em decorrência do baleamento. Higson também recebeu pensão de cerca de dois salários mínimos mensais, que a vítima recebe até hoje. O rapaz também recebeu indenização no valor de R$.200 mil.
O crime ocorreu às 12h do dia 23 de novembro de 2001, num semáforo instalado entre as avenidas Pedro Álvares Cabral com a Tavares Bastos.
A sessão de julgamento começou por volta das 9h desta quarta-feira, sem a presença do réu, cuja mãe teria falecico no dia anterior, segundo informou o advogado de defesa.
Três depoimentos foram prestados durante o júri, sendo um deles da vítima, atualmente com 26 anos. Os outros dois depoimentos foram de testemunhas trazidas pela defesa do acusado, que confirmaram a alegação do réu de que não era ele que estava no carro, e sim um suposto comprador do veículo, conhecido como Goiano.
Conforme depoimentos de testemunhas, o menino limpava o para-brisas do carro do ex-policial. Quando foi receber o dinheiro, Darlan Carlos, que estava no banco do carona, disse ao garoto: “está aqui teu pagamento”, e disparou a arma. O menino tentou correr, mas acabou atingido pelas costas. Enquanto a vítima era socorrida por populares e levado a um hospital de pronto socorro enquanto o criminoso fugiu.