Único réu presente teve o júri fracionado e será julgado em outubro
Estão sendo submetidos a júri desde as 09h desta terça-feira, 17, Benardino Colares Nunes, conhecido por Edson ou Nadinho, e Daniel da Silva Pantoja, conhecido por Velho, acusado de serem os matadores do ex-deputado estadual Jose Nassar Neto. Um terceiro acusado, Francisco Dias Cardoso, conhecido por Francisquinho, que também seria julgado hoje, teve o júri desmembrado para o dia 09 de outubro, a pedido do advogado Américo Leal, que promove a defesa do réu. Na mesma sessão será também julgado Manoel do Socorro de Melo Barreto, conhecido como Ripa. A viúva do ex-parlamentar, Márcia Nassar, será julgada numa terceira sessão marcada para 27 de novembro.
A defesa dos réus está sendo promovida pelos defensores públicos Rafael Sarges e Alessandro Oliveira. A acusação está sob a responsabilidade da promotora Rosana Cordovil, que está atuando em conjunto com os advogados Ivanildo Alves, Israel Coelho e Paulo Soares Nassar. Conforme a acusação, a motivação do crime seria interesse financeiro e patrimonial. O julgamento está sendo realizado no Fórum da Capital sob a presidência da juíza Ângela Alice Alves, do 3º Tribunal do Júri de Belém.
Familiares da vítima, tendo a frente a mãe da vítima, de 83 anos, junto com integrantes do Movimento pela Vida (Movida), estão acompanhando os trabalhos do júri, que começou com as oitivas das testemunhas de acusação. O primeiro a depor foi o delegado de Policia Civil José Sérvulo Cabral Galvão, que relatou a condução das investigações, além de quatro peritos que prestaram informações sobre as pericias feitas no local do crime e no cadáver da vítima. Dois peritos que prestariam informações foram dispensadas, e mais três testemunhas importantes não foram localizadas, uma delas o taxista que viu os executores após o crime. O último a depor FDC, que participou do crime e à época era menor de 18 anos também prestou depoimento.
Um sexto partícipe do crime, Pedro Teixeira da Silva (conhecido por Vigia), teve extinta a punibilidade por ter morrido no curso do processo.
O debate das teses entre acusação e defesa iniciou à tarde, devendo se estender até à noite com réplica e tréplica. A promotora Rosana Cordovil foi a primeira a se manifestar, por uma hora. Ela sustentou que o crime foi cometido mediante pagamento efetuado pela viúva da vítima, com ajuda de seu amanate, o réu Manoel do Socorro de Melo Barreto. Segundo a tese acusatória, o primeiro réu receberia R$3 mil, e o então menor de idade, Fracionaldo, irmão de Francisco Pedro, recebera R$ 8. mil, junto com o intermediário do crime, Daniel Pantoja.
Ivanildo Pontes, advogado assistente de acusação e colega de parlamento do ex-deputado, se manifestou em seguida. O advogado que acompanha o caso há 17 anos procurou enfatizar aos jurados a participação de cada co-participe.
Informações do processo
O ex-deputado estadual José Nassar Neto foi morto no interior de sua residência em 30/05/1997, por volta das 08h. Dois indivíduos invadiram a casa da vítima localizada no Conjunto Maguari e após dominarem o caseiro efetuaram dois tiros de arma de fogo atingindo a cabeça da vítima.
A polícia apurou que os executores, após matarem a vítima, fugiram num veiculo VW Pointer branco, que estava na casa da vítima, abandonando-o na Rodovia Augusto Monte Negro, poucos quilômetros do local do crime. Os dois executores, Bernardino e F.D.C, presos logo após, confessaram o crime. A versão deles é que o crime teria sido encomendado pela mulher da vítima, Márcia da Silva Nassar, e seu amante, Manoel do Socorro de Melo Barreto. Conforme a versão dos executores, o casal pagaria R$ 3.000 para Bernardino. F.D.C receberia a quantia de R$ 8.000, como intermediário, tendo este ultimo recebido parte do dinheiro acertado.
Pedro Teixeira, também acusado, além de Francisco Dias Cardoso, irmão de F.D.C., teria sugerido o preço do serviço a Pedro Teixeira por R$10 mil. A participação de Francisco seria a de levar a ré Márcia Nassar até a casa de Pedro Teixeira para acertarem os detalhes do crime.