Julgamento será na próxima terça-feira, 29
Está confirmado para esta terça-feira, 29, o júri popular do fazendeiro Décio José Barroso Nunes, conhecido como Delsão, acusado de ser mandante da morte de José Dutra da Costa. O advogado Nildo León, que atua como assistente de acusação em conjunto com o promotor de justiça Fraklin Lobato, requereu o adiamento da sessão para ter mais tempo para estudar o processo. O juiz Raimundo Moisés Alves Flexa, que preside o processo, indeferiu o adiamento considerando que o mesmo promotor já atuou no júri anterior de outros dois envolvidos no mesmo crime. Está habilitado para atuar em defesa do fazendeiro o advogado criminalista Roberto Lauria.
O sindicalista conhecido como Dezinho foi assassinado em 21 de novembro de 2000, na cidade de Rondon do Pará, sudeste do Estado, a 500 quilômetros de Belém. A sessão de julgamento está prevista para começar às 8h, no plenário térreo do Fórum Criminal da Capital, sob a presidência do juiz Raimundo Moisés Alves Flexa. Cerca de 10 pessoas, entre testemunhas da acusação e da defesa, devem depor no julgamento.
Welligton de Jesus da Silva, preso logo após o crime, foi o primeiro julgado e condenado. A pena aplicada ao executor foi 27 anos de reclusão em regime fechado. Em 24 de outubro de 2013, Domínio de Souza Neto e Lourival de Souza Costa também foram julgados e absolvidos pelo mesmo crime.
Consta na acusação que a motivação do crime ocorreu em razão da atuação do sindicalista em defesa de trabalhadores rurais. Dezinho era presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rondon do Pará e denunciava a prática de trabalho escravo em fazendas da região, além de apoiar famílias de trabalhadores sem terra e a desapropriação de latifúndios improdutivos.
O fazendeiro Décio José Barros Nunes foi pronunciado para ser submetido a júri, apontado como mandante da execução do sindicalista, mas teve o processo desmembrado por ter recorrido da sentença de pronúncia para escapar.